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PRIVATIZAÇÃO DA CBTU: leilão para gestão privada do Metrô de Belo Horizonte é marcado para dezembro

Processo deve ser acompanhado com atenção pelo País e, principalmente, por Pernambuco. Proposta para gestão privada do Metrô do Recife ficou pronta, mas foi engavetada pelo governo do Estado

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Roberta Soares

Publicado em 23/09/2022 às 15:25 | Atualizado em 23/09/2022 às 15:45
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O governo federal publicou nesta sexta-feira (23/9), o edital para privatização da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) em Minas Gerais e para a concessão dos serviços prestados no Metrô de Belo Horizonte, que atende à Região Metropolitana da capital mineira.

O leilão está marcado para o dia 22 de dezembro, na B3, em São Paulo (SP). O investimento previsto para ser feito no Metrô de BH é de R$4 bilhões ao longo de 30 anos de contrato.

O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), que coordena o processo, garantiu que a privatização não implicará em aumento do preço da passagem.

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Também segundo o MDR, a empresa vencedora do leilão será a controladora da CBTU-BH e ficará responsável pela gestão, operação e manutenção da rede metroferroviária.

No pacote, a Linha 1 (Novo Eldorado--Vilarinho) e a Linha 2 (Nova Suíça-Barreiro) - que terá que ser construída. As obras da Linha 2 começaram em 2004, mas depois foram paralisadas.

Atualmente, a rede de transporte metroferroviário em Minas Gerais tem apenas uma linha (Linha 1), que atende aos municípios de Belo Horizonte e de Contagem, compreendendo 19 estações e 28,1 km de extensão.

PROMESSAS

Com a concessão, será feita a requalificação e a ampliação da linha existente em mais uma estação (Novo Eldorado, no município de Contagem), assim como a construção da Linha 2, que tem previsão de ter sete novas estações e 10,5 km de extensão.

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A previsão é que as novas estações comecem a ser inauguradas a partir do quarto ano da concessão e que todas estejam operacionais no sexto ano. Além disso, garante o MDR, caberá ao futuro operador fazer a renovação da frota de trens e a modernização dos sistemas e da infraestrutura do Metrô-BH.

A promessa do governo federal é de que a gestão privada resulte numa operação mais eficiente e segura. O edital também prevê outros benefícios aos passageiros, como a disponibilização de sanitários gratuitos nas estações, a melhoria na conexão com as linhas de ônibus municipais e intermunicipais e a redução do intervalo entre as viagens, resultando em menor tempo de espera pelos usuários.

ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM
O sistema pernambucano caminha para ser repassado à gestão privada, numa concessão pública semelhante à que está sendo implantada pelo governo federal no Metrô de Belo Horizonte, em Minas Gerais - ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM

CONFIRA o edital na íntegra AQUI

CONTROLE E METROVIÁRIOS

Para monitorar a qualidade dos serviços ofertados, o edital estabelece indicadores e metas de desempenho, bem como penalidades e multas em caso de descumprimento.

CONHEÇA A PROPOSTA DE CONCESSÃO DO METRÕ DO RECIFE

Os estudos indicam que, após os investimentos, o sistema deve beneficiar aproximadamente 270 mil passageiros diariamente, dos quais 50 mil devem utilizar a nova Linha 2.



O MDR garantiu que o projeto de concessão foi feito com diálogo entre todos os envolvidos, inclusive os colaboradores da CBTU. Os metroviários terão estabilidade de 12 meses e será ofertada 10% das ações a eles, segundo o governo federal.

CONFIRA a série de reportagens Metrôs - Uma conta que não fecha

 VEJA o Cemitério de Trens do Metrô do Recife

 

 

 

MODELAGEM

A modelagem para a gestão privada do Metrô de BH é fruto de uma parceria do Ministério da Economia, Ministério do Desenvolvimento Regional, BNDES e o Governo do Estado de Minas Gerais.

A concessão do Metrô-BH é uma das frentes da desestatização da CBTU, qualificada no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) e incluída no Programa Nacional de Desestatização (PND). A CBTU é uma empresa pública criada em 1984, atualmente vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), sendo a União proprietária de 100% de suas ações.

Entretanto, a Constituição Federal de 1988 atribuiu aos governos estaduais a gestão dessas redes de transporte e, desde então, o governo federal tenta transferir as operações para os estados. Isso foi feito em vários, como São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Bahia, por exemplo.



No caso da CBTU, para fazer a transferência do Governo Federal para os estados, chamada de descentralização, é necessário segregar as operações do restante da empresa, por meio de cisões que criam filiais regionais. Em Minas Gerais, foram criadas as subsidiárias CBTU-MG e Veículo de Desestatização MG Investimentos S/A (VDMG), como braços regionais da CBTU, que serão transferidas ao futuro concessionário.

Segundo o MDR, sairá vencedor do leilão o proponente que oferecer o maior valor para a aquisição das ações da VDMG, cujo valor mínimo é de R$ 19.324.304,67. O processo chegou a ser questionado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), mas em seguida liberado.

TODAS AS INFORMAÇÕES podem ser obtidas no site e no Hub de Projetos do BNDES.

A RELAÇÃO COM O METRÔ DE PERNAMBUCO

Tudo o que acontece com o Metrô-BH deve ser acompanhado de perto pelas cidades que têm sistemas da CBTU, como é o caso do Grande Recife, O Metrô do Recife, inclusive, tem um proposta de concessão privada pronta, elaborada pelo governo federal e o de Pernambuco, mas que foi engavetada pelo governador Paulo Câmara (PSB), após pressão dos metroviários.

CONHEÇA A PROPOSTA DE CONCESSÃO DO METRÕ DO RECIFE

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