MOTOCICLETAS: produção de MOTOS tem melhor mês de outubro dos últimos 8 anos
O balanço foi divulgado nesta quinta-feira (10/11), pela Abraciclo, entidade que representa as montadoras de motocicletas instaladas no polo industrial de Manaus (AM)
Publicado em 10/11/2022 às 14:33
| Atualizado em 10/11/2022 às 14:49
Com informações da Agência Estado
A produção de motocicletas voltou a bater recorde no Brasil. No maior volume para o mês em oito anos, a produção alcançou 137,3 mil unidades em outubro, marcando alta de 26,6% em relação ao número do mesmo período de 2021. Na comparação com setembro, que foi o segundo melhor mês do setor no ano, houve leve recuo de 1,6% na produção.
O balanço foi divulgado nesta quinta-feira (10/11), pela Abraciclo, entidade que representa as montadoras de motocicletas instaladas no polo industrial de Manaus (AM). Não se via produção tão alta em outubro desde 2014, quando a indústria fabricou 144,6 mil motos no mesmo mês.
A previsão da Abraciclo, revista para cima no mês passado, é de crescimento de 18,8% da produção neste ano, o que, se confirmada, significará 1,4 milhão de motocicletas fabricadas nos doze meses. O setor se beneficia dos altos preços de carros e combustíveis, que estimulam a migração do consumidor a veículos mais baratos e econômicos, além da expansão dos serviços de entrega (delivery) na pandemia.
Apesar do crescimento da produção, a direção da Abraciclo informa que ainda existem filas de espera por scooters e motos de baixa cilindrada nas concessionárias. Em outubro, as vendas, de 120,3 mil motos, ficaram 24% acima do mesmo mês do ano passado.
Desde janeiro, 1,2 milhão de motos foram produzidas em Manaus, onde está concentrada quase toda a produção do País, um volume 19,3% superior ao registrado no mesmo período de 2021. Também é o melhor resultado para os dez primeiros meses do ano desde 2014.
O PERIGO DAS MOTOCICLETAS
Embora o aumento da produção de motocicletas seja comemorado economicamente, razões não faltam para preocupações sob a ótica do impacto no trânsito. Relatório de Segurança Viária do Recife, por exemplo, apontou que 81% dos sinistros de trânsito com vítimas em 2021 envolveram motociclistas. O relatório foi produzido pela Prefeitura do Recife em parceria com a Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária Global.
Entre 2020 e 2021, o Recife registrou um aumento de 5% no número de ocorrências com motociclistas. Ainda assim, garante a CTTU, o número de vítimas fatais reduziu em 25%, o que representa uma diminuição das gravidades das ocorrências.
Nacionalmente, o cenário também crítico. As mortes de ocupantes de motocicletas saltaram de 13,5% em 2000 para 41,7% em 2019. Isso em todo País. Elas respondem por 40% das ocupações de leitos nas unidades de saúde pública destinadas às vítimas do trânsito - em média 60% dos hospitais.
A vítima da motocicleta geralmente sofre politraumatismos e, por isso, fica mais tempo internada. Podem ser meses e meses. E geralmente são. Enquanto as colisões de trânsito duplicaram no Brasil entre 1996 e 2017, as que envolveram motos aumentaram 16 vezes.
Os dados são do estudo Impactos Socioeconômicos dos Acidentes de Transporte no Brasil, realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em parceria com a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), da ONU. E os feridos, muitos deles mutilados, custam caro para o País. Muito caro. Foram gastos R$ 1,5 trilhão em onze anos, o que representa uma despesa anual de R$ 132 bilhões.
FAIXA AZUL PARA MOTOS
Recife e Pernambuco ainda não têm, mas a experiência das faixas exclusivas para circulação de motos tem dado resultados positivos em São Paulo, onde um projeto piloto vem sendo testado nacionalmente e já está sendo ampliado.
Desde janeiro de 2022, a Avenida 23 de Maio, um dos mais importantes corredores da capital, que liga a Zona Sul ao Centro da cidade, ganhou uma Faixa Azul para motociclistas e obteve bons resultados.
Segundo a CET, a Faixa Azul passou a ser utilizada por 86% dos motociclistas, sem que houvesse óbitos ou sinistros graves no equipamento. Fora do espaço, com índice de uso de 14% dos motociclistas, teria ocorrido, praticamente, o dobro de sinistros.
Também segundo a CET, a lentidão média da Avenida 23 de Maio reduziu 6,6% na comparação com os mesmos períodos em 2019, quando não havia a faixa. Devido aos bons resultados, a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) autorizou a CET a inserir o equipamento em mais três locais da capital paulista, em caráter experimental, por um ano.
Jornalista setorizada em mobilidade urbana há 18 anos. Com 26 anos de redação, cobriu por quase dez anos o setor de segurança pública, atuando também nas editorias de Política, Brasil e Internacional.
Localidade:RecifeTelefone:8199537000Cargo:repórter sênior e colunistaCursoCurso de Fiscalização do Dinheiro Público Ministrado pelo Knight Center, 2020
Curso de Desenvolvimento Urbano para Jornalistas Ministrado pela Abraji e Instituto Linconl – São Paulo, 2014
Curso de Webvídeos em dispositivos móveis Ministrado pelo Jornal do Commercio, 2015
Curso de Webjornalismo Ministrado pelo professor Fábio Guerra, da VídeoRepórte, Recife, 2013
Curso de WebJornalismo Ministrado pelo Grupo Garapa, São Paulo, em 2012