Uber e 99 Moto: plataforma Uber lança campanha publicitária provocando Prefeitura de São Paulo sobre proibição do serviço na capital
A plataforma argumenta que o serviço de mototáxi digital já está disponível em centenas de cidades do Brasil, menos na capital paulista

A batalha que as gigantes da mobilidade urbana têm travado para liberar os aplicativos de transporte de passageiros com motos, como Uber e 99 Moto, na maior cidade do País ganhou ar de provocação. A plataforma Uber lançou uma campanha publicitária provocando a Prefeitura de São Paulo e estimulando a população a defender a liberação do serviço na capital.
A empresa de mobilidade argumenta que o serviço de mototáxi digital já está disponível em centenas de cidades do Brasil, enquanto a capital paulista não o oferece devido a uma decisão judicial. Assim, reforça que é a população quem fica no prejuízo. Essa é a estratégia da campanha.
Na quarta-feira (12/3), mensagens como “Recife tem. São Paulo não tem.”, Belo Horizonte tem. São Paulo não tem.” e “João Pessoa tem. São Paulo não tem.” estão sendo exibidas em telas de mídia out-of-home em estações de metrô e locais de grande circulação em São Paulo. Um dia depois, na quinta (13), os paineis gigantes passaram a revelar que o serviço ausente na cidade é o Uber Moto.
A campanha faz referência à suspensão do serviço de mototáxi em São Paulo, determinada pelo Tribunal de Justiça do Estado (TJSP) no fim de janeiro de 2024, em atendimento a uma decisão da prefeitura, a única capital do País que ainda resiste à liberação oficial do Uber e 99 Moto. O serviço já opera em quase 4 mil cidades.
Em postagens nas redes sociais, a Uber usa a estratégia de isolar São Paulo no País, afirmando: “Uber moto: O Brasil tem. São Paulo não tem. Faça parte da mudança na mobilidade de São Paulo.”
A gigante não parou por aí. Também lançou o site “São Paulo Vai Ter”, no qual explica o funcionamento do serviço de mototáxi e disponibiliza informações sobre a campanha.
-
Uber e 99 Moto: transporte com motos apresenta muitos riscos para os passageiros, alertam especialistas
-
Uber e 99 Moto: mortes sequenciadas de passageiros e condutores evidenciam o perigo dos aplicativos de motos no País
-
Uber e 99 Moto: poucas exigências para ser Uber ou 99 Moto aumentam perigo do transporte de passageiros com motocicletas
Em janeiro, a Uber e a 99 passaram a oferecer o serviço de mototáxi na capital paulista, com base na legislação federal que autoriza esse tipo de transporte. A prefeitura, entretanto, criou o Decreto Municipal nº 62.144/2023, que proíbe o mototáxi na capital sob o argumento do aumento das quedas e colisões na cidade.
ENTENDA A DISPUTA


Desde janeiro de 2025 que a discussão sobre o serviço de moto por aplicativo ganhou força porque a 99 e a Uber passaram a oferecer, pela segunda vez, o serviço de transporte de passageiros com motos.
De imediato, a prefeitura foi à Justiça para que o serviço fosse cancelado, tendo como base o Decreto Municipal 62.144/2023, que proibia, desde a primeira tentativa - em janeiro de 2023 - o serviço com motos.
-
Uber e 99 Moto: o exemplo de São Paulo, que proibiu os aplicativos de transporte de passageiros com motos na cidade
-
Uber e 99 Moto: prefeitos não podem se omitir sobre o problema que virou o transporte de passageiros com motos
-
Uber e 99 Moto: vítimas dos aplicativos de motos aumentam e famílias começam a gritar suas dores
-
Uber e 99 Moto: estudo da FGV diz que transporte por apps com motos gerou R$ 5 bi para o PIB do Brasil
Por decisão judicial, o serviço das duas empresas está suspenso, até que o juiz do caso julgue o mérito da ação e decida se a prefeitura pode ou não punir, multar e suspender esse tipo de serviço na capital paulista.
No fim de janeiro, o juiz da 7ª Câmara do Direito Público do Tribunal de Justiça, Eduardo Gouveia, determinou a suspensão imediata do serviço de transporte de passageiros com motos de aplicativos na capital paulista até o julgamento definitivo da ação.
A decisão se refere a uma ação civil pública movida pela prefeitura que pedia a aplicação de multa diária de R$ 1 milhão por danos morais e crimes de desobediência caso as empresas mantivessem o serviço.