Tem gente que é obediente, que respeita a hierarquia, que sabe o lugar que ocupa, seja numa empresa, numa equipe de projeto. E tem gente que é subserviente. No ditado popular, um puxa-saco.
Aliás, nunca é demais lembrar de onde vem essa expressão: puxa-saco. Vem dos quartéis. O recruta era obrigado a carregar o saco de suprimento dos superiores na hierarquia. Como os sacos eram muito pesados, os soldados tinham de sair puxando, carregando o saco. É daí que vem a expressão.
Uma palavra mais elegante, embora com o mesmo significado, é bajulador. Vou sofisticar o diálogo: o general Walter Braga Netto, ministro da Defesa, é um bajulador do chefe, no caso, o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). E sabe por quê? Para ficar bem com o presidente. Braga Netto tem um dos mais destacados currículos entre os generais da ativa e da reserva. Representou o Brasil na Polônia, nos Estados Unidos, no Canadá. Foi interventor do Rio de Janeiro, ocupou cargo de destaque na Olimpíada do Rio-2016.
Ou seja, conhecimento o homem tem. O que pesa contra ele é a síndrome de ventríloquo, aquele boneco que fica sentado no colo de um homem, e fica repetindo as palavras quando é manipulado. Braga Netto é um general manipulado.
Nesse episódio do suposto recado ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), ameaçando que não haverá eleições no ano que vem, caso o Congresso não aprove o voto impresso, é bem o estilo do general. Ele repete o que Bolsonaro diz.
O que o país não pode aceitar é que o general Braga Netto e o presidente Jair Bolsonaro insistam em tripudiar das instituições democráticas.
Pense nisso!