Os bastidores da política nacional, com Romoaldo de Souza

Política em Brasília

Por Romoaldo de Souza
gastos públicos

Bolsonaro errou ao autorizar a retirada de dinheiro da Receita Federal

É sempre prudente que governantes evitem peitar categorias profissionais que são responsáveis pela arrecadação de tributos

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Romoaldo de Souza

Publicado em 23/12/2021 às 7:03
O relator do Orçamento de 2022, deputado Hugo Leal (PSD-RJ) - IMAGEM / REPRODUÇÃO

É sempre prudente que governantes evitem peitar categorias profissionais que são responsáveis pela arrecadação de tributos.

É do início da República, uma frase atribuída ao presidente Floriano Peixoto (1839 - 1895), segundo a qual, “Nunca trate com ingratidão um coletor de impostos, pois passam por suas mãos os recursos que vão nos levar ao futuro ou manter o país no atraso, se por ventura eles [os coletores] não receberem um afago”.

O ministro da Economia do atual governo, Paulo Guedes, que gosta de ler livros em alemão, bem que poderia recorrer às bibliotecas públicas para ler João Natale Netto e o seu importante estudo: Floriano, o Marechal Implacável. Mas como nem Paulo Guedes gosta da literatura brasileira nem o presidente Bolsonaro é dado à qualquer livro, deu no que deu.

Atendendo pedido do presidente, o relator do Orçamento, Hugo Leal (PSD-RJ), tirou dinheiro da Receita Federal para corrigir salários de policiais federais, rodoviários e agentes do Depen (Departamento Penitenciário Nacional). Até a noite de ontem, a debandada era geral. Cerca de 500 chefes da Receita entregaram os cargos.

Numa hipotética mensagem de WhatsApp de Floriano Peixoto para Bolsonaro, o marechal alagoano escreveria: “Trate a pão de ló os meninos da Receita. São eles que trazem pra casa o dinheiro que nos sustenta. abç. FP”

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