Os bastidores da política nacional, com Romoaldo de Souza

Política em Brasília

Por Romoaldo de Souza
ROMOALDO DE SOUZA

Municípios soltaram ''fogos virtuais'' após Barroso suspender o piso salarial da enfermagem

Veja o que disse a entidade que representa mais de 5 mil municípios do País sobre a decisão do STF que envolve o piso da enfermagem

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Romoaldo de Souza

Publicado em 06/09/2022 às 8:29
Confira as últimas notícias sobre o piso salarial da enfermagem - ANTONIO AUGUSTO / TSE

Havia uma tradição do Sertão do Pajeú que quando a mãe dava à luz, se a criança fosse um menino, o pai ou um parente próximo soltava um fogo de artifício. Se fosse uma menina eram dois foguetões.

O costume ganhou incentivo quando levas de ciganos passavam na região, contando que os fogos espantavam o mau-olhado, os maus espíritos. Os sentimentos ruins.

Com outro significado, mas da mesma forma para comemorar decisão do ministro Luis Roberto Barroso do Supremo Tribunal Federal (STF), a Confederação Nacional de Municípios (CNM) soltou virtuais fogos de artifício quando o magistrado suspendeu o piso nacional de profissionais da enfermagem, acatando pedido da Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde), entidade que representa mais de noventa sindicatos de hospitais, clínicas e empresas do setor de saúde privada.

Em meio à votação no Congresso, a CNM se escondeu atrás do biombo e agora aparece querendo fazer parte do processo, como “amicus curiae”- um amigo da corte que acreditar ter subsídios e conhecimentos para colaborar na decisão judicial.

A entidade que representa mais de 5 mil municípios do país argumenta que a decisão do ministro do STF “é fundamental para corrigir a situação atual, tendo em vista que, passados 31 dias desde a promulgação da medida que implementou o piso, o Congresso Nacional não resolveu, até o momento, qual será a fonte de custeio para o mesmo, apesar de haver se comprometido com isso no momento da votação”.

Caso a confederação de municípios quisesse, mesmo, ajudar no questionado do piso salarial de enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares e parteiras, poderia ter feito pressão quando o processo estava em votação pelos congressistas.

Mas com medo da repercussão negativa, os prefeitos se limitaram a divulgar documento falando das dificuldades de alguns municípios de cumprirem a importante decisão.

Agora, é hora de correr atrás de recursos federais para ajudarem estados e municípios no cumprimento do piso salarial dessas importantes categorias profissionais.

Pense nisso!

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