O que o brasileiro fez para se divertir no período de isolamento social? Se por algum privilégio que a vida lhe deu a resposta for videogame, saiba que a brincadeira deu um salto gigante. De acordo com a Pesquisa Game Brasil (PGB), 75,8% dos gamers brasileiros afirmam ter jogado muito mais durante esse período.
“Passei a jogar mais. O vídeo game é uma ótima forma de diversão para passar o tempo durante o isolamento social. Procuramos envolver toda a família para evitar o estresse já que precisávamos ficar em casa” diz, o funcionário público, Leonardo Gomes de Holanda, 31 de anos.
“Eu e meu filho aumentamos a frequência na frente do videogame. Acompanhá-lo nessa diversão fez a gente ocupar a mente mesmo sem poder sair de casa”, diz o empresário Janderson Barbosa, de 39 anos.
A rotina de Leonardo e Janderson confirma o que boa parte da população tem utilizado os jogos eletrônicos como principal distração durante a pandemia. Por causa da situação, 51,5% dos jogadores realizaram mais sessões de partidas. Incluindo aquelas online com amigos e parentes.
“Era preciso manter relações com as pessoas mesmo elas estando fisicamente afastadas. Meu irmão, por exemplo, mora em Brasília e jogar online serviu para matar um pouco da saudade“, revela Leonardo.
“Meu filho Mateus passou a jogar online com os amigos da escola, depois da aula. Eles até criaram um grupo no whatsapp para combinar os horários da brincadeira. Até eu entrei na onda”, confessa Janderson.
Além de toda essa diversão, 60,9% do público afirma ter consumido mais conteúdo relacionado a jogos, e 42,2% disseram ter investido mais dinheiro tanto em mídia física quanto mídia digital durante a quarentena. E claro, a gente já mostrou esses números na reportagem o aumento das vendas do PlayStation, Xbox e Nintendo.
O fato que é quanto mais ficamos em casa, mas a criatividade para se distrair diminui. Sendo assim, o habito mais prazeroso de cada um aflora naturalmente. E levando em consideração o videogame, já viu né? Jogos e mais jogos!
“Comprei Animal Crossing, Super Smash Bros, Ultimate e Pokémon Sword. Renovando o estoque acabei passando muito mais tempo do que o normal no videogame”, conta Leonardo.
“Eu tive que comprar novos jogos para não ficar de fora das disputas online. Rocket League, Fortnite e Brawlhala foram alguns deles”, diz Janderson.
Esse aumento de horas jogando game de certa forma uniu demais pais e filhos dentro de casa. O joystick passou a fazer parte desses encontros. A cumplicidade nas missões difíceis gerou automaticamente uma aproximação para as resoluções dos problemas. O videogame serviu tanto para aproximar os parentes e amigos distantes quanto para criar interação e divertimento entre as pessoas que residem no mesmo imóvel.
“Sempre é bom fortalecer as relações entre familiares e amigos e os jogos eletrônicos sendo bem dosados trazem diversos benefícios cognitivos. Principalmente relacionados a atenção visual e memória a curto prazo. Em jogos como Minecraft e os da franquia Lego é possível trabalhar habilidades, ações de planejamento estratégico e cooperação”, pontua a psicóloga clínica, Simone Santos.
Claro que tudo demais é veneno. E nesse caso, um acompanhamento profissional é importante. Até porque muitas crianças, adolescentes e adultos estão trabalhando ou estudando de forma remota. Muitas vezes usando o computador para essas atividades. Simone Santos faz questão de orientar para a dosagem seja equilibrada.
“Uso demasiado de telas em jogos eletrônicos pode gerar danos que vão desde problemas de visão a ansiedade. O excesso pode contribuir para o sedentarismo e por ser uma atividade prazerosa pode ocasionar uma compulsão. É importante também inserir na rotina atividade física e ficar de olho na classificação dos jogos para a idade adequada. Lembrando que a Sociedade Brasileira de Pediatria não recomenda nenhum tipo de tela para crianças de até 2 anos. Já o tempo permitido para as crianças de 6 aos 11 é de duas por dia.
A pesquisa do PGP 2021, também destacou o perfil do gamer brasileiro. Se computarmos os consoles, computadores e smartphones para a diversão, o público considerado de renda baixa e média somou 49,7%.
Com relação a cor da pele, 46% dos entrevistados disseram ser brancos, enquanto outra grande parcela, com 50,3% se identificaram como pardos (36,7%) ou negros (13,6%). As mulheres seguem no topo com relação aos homens com uma fatia de 51,5%.
Foram ouvidas 12.498 pessoas de 26 estados mais o Distrito Federal com idade a partir dos 16 anos. As entrevistas aconteceram entre os dias 7 e 22 de fevereiro deste ano.
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