Com pior crise da história, Pacto pela Vida completa 10 anos

Publicado em 08/05/2017 às 7:37
Foto: Com homicídios em alta, Pacto pela Vida tenta se reinventar para barrar violência. Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem


Com homicídios em alta, Pacto pela Vida tenta se reinventar para barrar violência. Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem Premiado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2013, o programa de segurança pública Pacto pela Vida completa dez anos nesta segunda-feira (08). Mas, diferente daquele ano, quando Pernambuco teve o melhor resultado no combate à violência da história, com 3,1 mil assassinatos registrados em 12 meses, agora não há motivos para comemoração. Somente nos três primeiros meses deste ano, 1.522 homicídios foram registrados no Estado, quase metade do total ao longo de 2013. Com uma crise que já dura quase três anos, o programa tenta se reinventar para trazer de volta a redução da criminalidade e garantir a paz para os cidadãos. Segundo estatísticas oficiais da Secretaria de Defesa Social (SDS), 4.479 assassinatos foram contabilizados em 2016. Desde 2008 o Estado não registrava um resultado tão negativo. Naquele ano, 4.528 pessoas foram mortas. Mas o que mais preocupa a SDS, no atual cenário dos crimes contra a vida, é que 2017 pode fechar com um resultado nunca antes visto. Se em três meses foram registrados mais de 1,5 mil mortes, matematicamente o ano pode fechar com mais de 6 mil assassinatos. O Interior de Pernambuco é a região que apresenta dados mais preocupantes. No total, 828 mortes, sendo 295 somente no mês de março deste ano. Na capital pernambucana, 240 homicídios no primeiro trimestre deste ano. No último mês, 96. Nos outros municípios que compõem o Grande Recife, houve o registro de 545 homicídios, sendo 157 em março. Análise: “É preciso coragem para dizer que não está funcionando”, diz socióloga sobre Pacto pela Vida Pernambuco atinge maior índice de homicídios desta década, afirma mentor do Pacto pela Vida Reforço policial A expectativa do Governo de Pernambuco é que os resultados mudem nos próximos meses, quando pelo menos 1,5 mil policiais militares, aprovados em concursos, devem chegar às ruas. Haverá reforço também nas polícias Civil e Científica, mas, nestes dois casos, com atraso, já que uma das fases da seleção foi anulada, a pedido do Ministério Público, e os candidatos terão que refazê-la. Outro reforço será a criação do Bope, a tropa de elite da Polícia Militar de Pernambuco, que, na prática, tem atribuições semelhantes ao Cioe. LEIA TAMBÉM: Lista dos municípios mais violentos de Pernambuco A cada 17 minutos, uma mulher é vítima de violência doméstica em Pernambuco Universitária desenvolve ações criativas para combater violência na Zona Norte do Recife Burocracia policial impede combate à violência   Outras mudanças para diminuir violência Pelo quarto mês consecutivo, Pernambuco registra recorde histórico de homicídios. Foto: JC Imagem/Arquivo Para tentar diminuir os homicídios no Estado, a SDS também criou um novo esquema para investigação de crimes contra a vida. Não são apenas as delegacias especializadas em homicídios que apuram esse tipo de crime. Até a Delegacia de Polícia do Meio Ambiente também está recebendo inquéritos de assassinatos. As delegacias especializadas em homicídios ficarão apenas com os casos mais complexos e registrados entre 2016 e 2017. Mortes relacionadas a crimes de proximidades (aqueles que envolvem familiares, amigos, vizinhos) devem ser distribuídos para as delegacias dos distritos (antes responsáveis apenas por investigar crimes como roubos, furtos e outros delitos de menor gravidade). Já outras especializadas, como a Delegacia do Idoso e a Delegacia do Meio Ambiente, apuram inquéritos de homicídios mais antigos e ainda não esclarecidos pela polícia. O delegado especial Antônio Barros, que deixou o cargo de chefe da Polícia Civil de Pernambuco em fevereiro, foi anunciado como gestor do Departamento de Repressão ao Narcotráfico (Denarc) no Estado. O novo desafio faz parte do pacote de mudanças adotadas pela Secretaria de Defesa Social (SDS) para tentar frear o aumento da violência, reforçando as investigações de homicídios e de repressão às quadrilhas especializadas em tráfico de drogas. Leia também Por causa da violência, Uber deixa de circular em alguns locais do Recife “O desafio é enorme”, afirma Paulo Câmara sobre combate à violência em PE        
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