Professor Betinho foi encontrado morto dentro do apartamento onde morava, no Centro do Recife
Uma nova audiência de instrução e julgamento, na próxima segunda-feira (29), vai definir os próximos passos do processo relacionado ao assassinato do coordenador pedagógico José Bernardino da Silva Filho, o Betinho, de 49 anos. O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) deve se posicionar sobre o
mais recente laudo do Instituto de Criminalística, que confirmou que a digital encontrada em uma das cômodas do apartamento onde a vítima morava não era do estudante Ademário Gomes da Silva Dantas - um dos acusados do crime.
O advogado de defesa de Ademário, Jorge Wellington, confirmou que a data da audiência foi antecipada e que a Justiça deve definir na próxima semana os próximos passos do processo. Ele voltou a afirmar que a defesa pediu a absolvição sumária do réu ou o trancamento da ação penal. A decisão da Justiça vai depender do parecer do Ministério Público.
O laudo do IC, com
mesmo resultado da Polícia Federal, contesta o exame inicial dos peritos do Instituto de Identificação Tavares Buril, que apontava que a digital era de Ademário. Na época do crime, o delegado Alfredo Jorge indiciou o estudante e outro colega, na época com 17 anos, como os responsáveis pelo crime, que aconteceu no Edifício Módulo, no Centro do Recife. Sem concordar com o resultado, a defesa de Ademário solicitou novos exames à Justiça. Tanto a Polícia Federal quanto o IC confirmaram o erro no laudo inicial.
A expectativa da defesa e da família do acusado é positiva porque os peritos papiloscopistas, responsáveis pelo laudo inicial, encaminharam ofício à Justiça reconhecendo o erro na análise das digitais. Nele, os peritos pedem para fazer uma retificação parcial do laudo. Eles afirmam que, após tomarem conhecimento do resultado do laudo feito pelos peritos federais, fizeram uma nova análise da digital e se convenceram de que foram induzidos a um "falso positivo". Mais a frente, reconheceram o erro e confirmaram o resultado do laudo federal.
Vale lembrar que esse processo é referente apenas ao Ademário. O outro acusado responde perante a Vara da Infância e Juventude, pois na época ele tinha menos de 18 anos. Esse processo, porém, está sob segredo de Justiça.
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O CRIME
O professor Betinho, que morava sozinho, foi encontrado morto e amarrado nos pés e no pescoço, com fios de eletrodomésticos. A perícia apontou que ele morreu devido a golpes de ferro de passar na cabeça. O crime aconteceu em 16 de maio de 2015. Supostas digitais do então adolescente foram encontradas em um ferro de passar, mas isso também está sendo contestado pela defesa. O inquérito policial foi conduzido pelo delegado Alfredo Jorge, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Na época, apesar das provas, o delegado afirmou que não conseguiu precisar qual seria a motivação do crime.
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