Médico teria estuprado pacientes durante atendimento na UPA da Imbiribeira. Foto: Divulgação
O homem suspeito de estuprar pelo menos duas pacientes na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Imbiribeira, na Zona Sul do Recife, é médico há nove anos. Ele se formou pela Universidade do Rio Grande do Norte e especializou-se na área de ortopedia e traumatologia, com ênfase em cirurgias. Além da UPA, ele também trabalha em clínicas particulares.
O nome do profissional está sendo mantido em sigilo pela Polícia Civil de Pernambuco até que as investigações sejam concluídas e seja comprovado se ele praticou ou não os abusos sexuais. O inquérito deve ser concluído em até 30 dias. Até lá, os investigadores aguardam resultado do exame sexológico e estão ouvindo testemunhas, como colegas de trabalho, para traçar o perfil do médico.
O médico foi afastado das funções, por determinação da direção da UPA da Imbiribeira. O Conselho Regional de Medicina (Cremepe) também confirmou que abriu sindicância para investigar a conduta do profissional, que pode perder o direito de exercer a profissão. O
Ronda JC está tentando contato com o médico para saber a versão dele sobre os fatos.
Até a noite dessa quinta-feira (22), a polícia confirmou que duas mulheres registraram queixa: a primeira vítima, de 18 anos, e
uma universitária de 32, que tomou coragem de procurar a Delegacia de Polícia da Mulher após o caso vir à tona. A expectativa da polícia é que outras possíveis vítimas procurem a unidade para registrar denúncias.
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QUEIXA
A tia da jovem de 18 anos afirmou à TV Jornal que elas foram na noite da quarta-feira (21) à Delegacia de Prazeres para registrar queixa contra o médico. Porém, não conseguiram. Foram em outra delegacia na Zona Sul do Recife e mais uma vez tiveram dificuldade. Por fim, conseguiram fazer o boletim de ocorrência na Delegacia da Mulher localizada em Santo Amaro.
A dificuldade em registrar queixas à noite não é novidade. Principalmente para as mulheres. Isso porque,
no Grande Recife, somente a Delegacia da Mulher em Santo Amaro funciona 24 horas por dia. As outras, em Paulista e em Prazeres (Jaboatão) só estão abertas de segunda à sexta-feira no horário comercial (8h às 18h).
A Polícia Civil argumenta que as vítimas podem procurar qualquer unidade. Mas, quando elas chegam, muitas vezes sentem dificuldade no registro das queixas. Além disso, as delegacias são compostas, em sua maioria, por homens. O que torna ainda mais difícil para as vítimas ter a coragem de dizer que foram violentadas. O próprio delegado Jorge Ferreira, que estava de plantão na Delegacia da Mulher de Santo Amaro, confirmou que a jovem de 18 anos pouco falou sobre o abuso.