O estudante Alcides do Nascimento foi morto na frente de casa, no Recife
O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) negou à mãe do estudante Alcides do Nascimento Lins, assassinado no Recife em fevereiro de 2010, um pedido de indenização contra o Governo do Estado. A ex-catadora de lixo Maria Luiza do Nascimento entrou com ação alegando que o Estado foi omisso no seu dever de segurança, pois o filho foi morto por um detento que havia conseguido fugir do presídio cerca de 15 dias antes de matá-lo.
A ação com pedido de uma pensão mensal e vitalícia no valor de R$ 3,5 mil tramitava na Justiça desde 2012. O caso só foi julgado na última quinta-feira (14). O
Ronda JC teve acesso em primeira mão à sentença.
"Mesmo diante da alegação de que o assassino estava foragido da Penitenciária Agroindustrial São João de Itamaracá (PAISJ) quando cometeu o delito, em função de suborno a vigilante da unidade prisional - o que, ressalte-se, não foi demonstrado nos autos - não haveria, no meu entender, elementos idôneos à condenação do Estado de Pernambuco por omissão específica", afirmou o juiz André Carneiro de Albuquerque Santana, na sentença.
Alcides do Nascimento Lins tinha 22 anos quando foi morto a tiros na frente de casa, na Vila Santa Luzia, no bairro da Madalena. O crime ocorreu em 05 de fevereiro de 2010. João Guilherme Nunes da Costa foi condenado a 25 anos pelo crime. Segundo as investigações, o assassino e um sobrinho - na época com 17 anos - procuravam um vizinho do estudante. Como não encontraram, decidiram matar Alcides para "não perder a viagem".
O assassinato causou revolta no País. Anos antes, Alcides ficou conhecimento nacionalmente após ser aprovado em primeiro lugar da rede pública no curso de biomedicina da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Filho de uma ex-catadora de lixo, que lutou para colocar os filhos da universidade, Alcides virou um símbolo e um exemplo para outros estudantes de origem humilde.
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