Policial penal envolvido em tiroteio em Boa Viagem responde a outro processo

Suspeito é acusado de ameaça e injúria após confusão com ex-marido da atual mulher dele em 2018
Raphael Guerra
Publicado em 09/09/2020 às 15:30
A prisão do major e do agente penitenciário envolvidos em tiroteio em Boa Viagem foi decretada pela Justiça. Foto: DAY SANTOS/JC IMAGEM


O policial penal que se envolveu em uma troca de tiros com um major da Polícia Militar, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, no último sábado (05), responde um outro processo na Justiça. Um boletim de ocorrência foi registrado contra ele, em 2018, por ameaça e injúria. Recentemente, houve uma audiência de conciliação, mas ele se negou a pagar uma indenização à parte que o denunciou à polícia.

As informações foram reveladas nesta quarta-feira (09) no programa Por Dentro com Cardinot, da TV Jornal. Segundo a reportagem, Ricardo de Queiroz Costa discutiu com o ex-marido da atual mulher dele. O suspeito teria ainda sacado uma arma, segundo o boletim de ocorrência. No dia seguinte, o rapaz procurou a delegacia para denunciar o policial penal. 

Em fevereiro deste ano, houve a audiência de conciliação. Mas, segundo parecer da promotoria responsável pelo processo, o policial penal se negou a pagar a quantia de R$ 400 como indenização. 

Em nota oficial, na noite desta quarta-feira (09), a defesa do policial penal deu outra versão para o caso. "A defesa do policial penal Ricardo de Queiroz Costa, servidor público de conduta exemplar e repleta de referências elogiosas, sem máculas na vida pessoal, esclarece que o boletim de ocorrência referido da matéria do JC foi fruto de distorção da verdade promovido por pessoa que até hoje não superou a mágoa da separação e contra quem à época dos fatos pesava medida protetiva de distanciamento da ex-esposa. As imagens das câmeras de segurança do local do ocorrido no ano de 2018 e que constam do processo demonstram cabalmente as inverdades contidas na falsa comunicação de crime."

PRISÃO PREVENTIVA

O policial penal e o major da PM, Dinamérico Barbosa da Silva Filho, tiveram as prisões preventivas decretadas pela Justiça, após a confusão registrada em Boa Viagem. Eles seguem internados em hospitais sob custódia da polícia. Além deles, outras três pessoas, vítimas de balas perdidas, seguem internadas. Na confusão, duas vítimas também morreram. 

Em paralelo, um procedimento administrativo disciplinar foi instaurado pela Secretaria de Defesa Social (SDS) para apurar a conduta do major e do policial penal. Ao final das investigações, a Corregedoria vai definir as medidas administrativas para os dois servidores.

Segundo a Polícia Civil, ao receberem alta, os suspeitos serão encaminhados ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no Cordeiro, Zona Oeste do Recife, para prestar depoimento. De lá, o PM deve ser encaminhado ao Centro de Reeducação da Polícia Militar (Creed), em Abreu e Lima, enquanto o policial penal deve ir para o Centro de Triagem (Cotel), no mesmo município.

O inquérito policial está sendo conduzido pelo delegado Francisco Océlio, do DHPP. 

POLICIAIS PUNIDOS

A troca de tiros entre os policiais traz à tona a necessidade de punições severas para os servidores da segurança pública que cometem excessos durante ou fora do expediente.

Somente no ano passado, 27 policiais militares foram presos por irregularidades. Outros 35 foram excluídos e 12 foram licenciados da corporação. Os dados da Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS) foram obtidos pela coluna Ronda JC por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).

 

 

 

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