O mistério cerca as investigações sobre o caso do médico de 54 anos que foi preso em flagrante após atirar da varanda de um prédio no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, contra três vizinhos. O caso ocorreu em 24 de junho deste ano. A Polícia Civil de Pernambuco afirma que concluiu o inquérito, mas se nega a dizer se o médico foi indiciado e por qual crime. E não explica o motivo do silêncio.
Um dia depois do flagrante, o médico passou por audiência de custódia. Na ocasião, o juiz responsável determinou que o suspeito fosse encaminhado para o Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP).
- Cabo de Santo Agostinho: a 2ª cidade brasileira com maior taxa de assassinatos
- Recife e Caruaru lideram casos de roubos e furtos de veículos em Pernambuco; Veja lista
- Em Pernambuco, 13 cidades já acumulam mais assassinatos do que em todo ano de 2020
- Insatisfeitos, policiais civis de Pernambuco deflagram operação-padrão
O médico chegou a ser autuado em flagrante pelo crime de tentativa de homicídio, o que não significa que ele foi indiciado - já que a investigação continuou para coleta de outras provas e depoimentos.
Em nota à coluna Ronda JC, a assessoria da Polícia Civil disse apenas que "o inquérito policial já foi concluído e remetido à Justiça". A coluna insistiu por uma resposta completa, mas não foi respondida. A Secretaria de Defesa Social (SDS) também foi procurada, mas não respondeu sobre o assuno.
O silêncio para casos concluídos não é comum. Nesta semana, por exemplo, a Polícia Civil fez coletiva sobre o encerramento das investigações da morte de uma mulher trans no bairro da Várzea, no Recife. Inclusive, o suspeito apontado foi um adolescente. Mesmo assim o caso foi apresentado em detalhes, sendo omitido apenas o nome dele.
ENTENDA O CASO
Os amigos, com idades entre 19 e 25 anos, contaram à reportagem da TV Jornal que estavam em uma área comum do edifício quando perceberam o médico, na varanda, já com uma arma na mão. Os jovens ainda tentaram se abrigar, mas um deles e outra moradora ainda ficaram feridos por estilhaços de balas. Os rapazes se mudaram para o prédio há pouco mais de seis meses, e ainda não se sabem a motivação do crime.
"[Ele estava] apontando pistola e começou a gritar 'ajoelha, ajoelha'. A gente pensou que não era conosco, e quando menos esperamos ele começou a atirar. Foi quando a gente se abaixou, abriu a porta do condomínio e subimos. Quando fomos subir a escada da churrasqueira, que dá para o primeiro andar, ele já estava esperando a gente na janela do apartamento, foi quando eu o vi se inclinando com a pistola e disparando. O tiro passou bem perto de mim e do meu amigo", relatou o preparador de documentos Rafael Oliveira, na época.
O supervisor de digitalização Olavo Damasceno ficou ferido no braço e na perna.