Notícias sobre segurança pública em Pernambuco, por Raphael Guerra

Segurança

Por Raphael Guerra e equipe
A PEDIDO

Sandra Santos, chefe da Polícia Científica de Pernambuco, será exonerada

Primeira mulher a comandar o cargo estadual, perita criminal confirmou saída na noite desta segunda-feira (03)

Cadastrado por

Raphael Guerra

Publicado em 03/01/2022 às 20:07 | Atualizado em 03/01/2022 às 20:22
Sandra Santos comandou a Polícia Científica de Pernambuco durante sete anos - ACERVO PESSOAL

Reportagem em atualização

A Polícia Científica de Pernambuco terá novo gestor. Após sete anos, a perita criminal Sandra Santos será exonerada do cargo. A substituição deve ser publicada no Diário Oficial do Estado nesta terça-feira (04). Em entrevista à coluna Ronda JC, Sandra afirmou que a saída do cargo foi um pedido dela. 

"Foram sete anos de uma gestão que avançou muito. Foram muitos investimentos na Polícia Científica durante esse período. Mas o ciclo chegou ao fim", afirmou a perita criminal. 

Primeira mulher a assumir o posto, Sandra Santos tomou posse no primeiro dia do governo Paulo Câmara. 

Quem assumirá o lugar de Sandra Santos é o também perito criminal Fernando Benevides, que atua nas perícias do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no Recife. 

O governo do Estado ainda não se posicionou oficialmente sobre a troca. Nem a Secretaria de Defesa Social (SDS). 

DEMISSÃO DE PERITO

A exoneração de Sandra Santos ocorre menos de uma semana após o governo estadual anunciar, oficialmente, a demissão do perito criminal Diego Leonel Costa, envolvido nas investigações sobre o assassinato da menina Beatriz Angélica Mota, de 7 anos, em Petrolina, no Sertão do Estado.

Investigação da Corregedoria da SDS apontou que o perito era sócio de uma empresa de segurança que foi contratada pelo Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, onde a menina foi morta. Posteriormente, o mesmo perito participou da investigação do caso.

Não se sabe se a saída de Sandra tem relação com a exoneração de Diego, que era chefe do Núcleo de Perícias do DHPP, órgão subordinado à Polícia Científica de Pernambuco.

De acordo com as investigações da Corregedoria, Diego participou da criação de um plano de segurança para o colégio, na condição de sócio cotista da Empresa Master Vision. No dia 14 de janeiro de 2016, ou seja, um mês após a morte de Beatriz, ele esteve na instituição de ensino e fez filmagens e fotografias por meio de um drone. 

"Ficou comprovado que esse profissional, esse perito, prestou serviço privado, o que é vedado aos agentes policiais. Em virtude disso, foi proposta a demissão dele, como prevê a legislação nesse tipo de infração disciplinar. O governador analisou, junto com sua assessoria jurídica, e decidiu pela efetivação do ato demissionário", explicou o secretário de Defesa Social, Humberto Freire.

A SDS também descobriu que Diego é presidente da Cooperativa de Peritos Assistentes Técnicos e Pareceristas, cooperativa que objetiva fazer a intermediação entre peritos e o Poder Judiciário com a finalidade de tais peritos prestarem serviços particulares à Justiça. Além disso, ainda seria sócio de outra empresa, a GD Perícia, Consultoria e Engenharia Ambiental LTDA, onde atuaria como perito particular.

A denúncia dos pais de Beatriz consta em um dossiê feito por eles para contribuir com as investigações da Polícia Civil, que não avançaram para prender o assassino da menina. No documento ainda consta nomes de outros profissionais de perícia e da própria Polícia Civil que teriam atrapalhado as investigações, a exemplo de outro perito que teria ficado, durante meses, com um HD com imagens do colégio e, depois, afirmado que não havia como recuperar o conteúdo.


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