Um ato organizado por policiais e bombeiros militares, na tarde desta sexta-feira (18), cobrou justiça e esclarecimentos sobre o assassinato do presidente da Associação de Cabos e Soldados de Pernambuco, Albérisson Carlos. Dois dias após a execução, que ocorreu bem perto da sede da entidade, no bairro da Madalena, Zona Oeste do Recife, a polícia ainda não conseguiu prender suspeitos.
A mobilização em homenagem ao ex-PM foi em frente ao Monumento ao Soldado Tombado em Cumprimento do Dever, na área central da capital pernambucana. Com faixas e uma coroa de flores entregue à uma representante da família - dezenas de militares reformados deram as mãos e fizeram uma oração para Albérisson.
A viúva e os três filhos da vítima não participaram do ato.
INVESTIGAÇÕES
As investigações do assassinato, a cargo do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), estão sendo conduzidas pelos delegados Sérgio Ricardo, coordenador da Força-Tarefa de Homicídios, e Paulo Dias, titular da 2ª Delegacia de Homicídios. Ambos não estão dando declarações sobre o andamento do inquérito.
Conforme apuração da coluna Ronda JC, a polícia já descobriu que o carro supostamente usado pelos assassinos teria sido parado numa blitz do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) minutos antes, a duas ruas do local do crime. O veículo, de cor branca, logo foi liberado. Havia ao menos quatro pessoas nele.
Nenhuma linha de investigação está sendo descartada.
Imagens de câmeras de segurança, divulgadas pela imprensa, mostram o momento em que Albérisson sai da sede da associação acompanhado da esposa por volta das 18h30 da última quarta-feira. Eles caminham em direção ao carro. Outra imagem mostra o momento em que a mulher retorna pela rua, desesperada, após os tiros para pedir ajuda. As imagens já divulgadas não mostram o momento do crime.
Outro detalhe é que os projéteis balísticos teriam sido recolhidos rapidamente pelos assassinos antes da fuga. Essa hipótese é levantada pelos investigadores porque nenhum vestígio foi encontrado pelos peritos do Instituto de Criminalística na noite do homicídio.
A Associação de Cabos e Soldados solicitou ao governo do Estado proteção policial para a viúva, testemunha ocular do assassinato. Ainda não há posicionamento sobre o assunto.
O corpo de Albérisson foi enterrado no Cemitério Parque das Flores, Zona Oeste do Recife, na última quinta-feira. Ele tinha 50 anos.
CARREIRA
Ele ingressou na Polícia Militar de Pernambuco em 1993. Já em 2014, ano em que houve a última greve da PM, ele foi eleito presidente da associação, cargo que ocupou até morrer.
Em 2016, liderou outro movimento grevista, com militares entregando os Programa de Jornadas Extras (PJEs) e participando de uma operação padrão. Por causa disso, a Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS) instaurou processos administrativos disciplinares que resultaram, no ano seguinte, na exclusão dele da corporação.