Vinte dias após ter iniciado a campanha de vacinação contra a covid-19, Pernambuco recebeu nova remessa de vacinas CoronaVac. Foram 118.200 unidades do imunizante que chegaram na manhã deste domingo (7). Com isso, o Estado totaliza mais de 511 mil doses de vacinas recebidas, que inclui outros dois lotes da CoronaVac e um da AstraZeneca. Sem considerar a remessa deste domingo (7), Pernambuco soma 393.360 doses que já foram distribuídas aos municípios. Até a tarde de hoje 192.010 aplicações haviam sido feitas no público prioritário: 189.362 vacinados com a 1ª dose, além de 2.648 que tomaram também a 2ª aplicação. Ao considerar o total de imunizados com a dose inicial e o percentual em relação à população do Estado, Pernambuco só tem 1,9% dos cidadãos vacinados.
- CoronaVac: Nova remessa das vacinas contra a covid-19 chega a Pernambuco
- Com covid-19 em alta, Pernambuco ultrapassa 270 mil casos da doença e acumula quase 10,5 mil mortes
- Covid-19: veja a lista de doenças que estão na prioridade para a vacinação em Pernambuco
- Covid-19: cuidadores de idosos familiares e contratados serão vacinados na 1ª fase da campanha em Pernambuco
A taxa ainda é um pouco maior do que a do País, que tem, em média, 3,6 milhões de pessoas vacinadas com a 1ª dose, o que representa 1,7% da população brasileira. Nessa avaliação, o Distrito Federal é a Unidade Federativa que mais imunizou: 3,2% de seus moradores. Em seguida, vêm Amazonas (2,7%), Mato Grosso do Sul (2,5%), Roraima (2,3%) e Rio Grande do Sul (2%).
Para os especialistas, associada às poucas doses de vacinas contra a covid-19 disponíveis, a falta de celeridade para a aplicação das mesmas é um ponto que preocupa neste momento em que se vivencia uma alta da pandemia em meio à expansão das variantes do novo coronavírus. Em Pernambuco, por exemplo, das 393.360 doses recebidas, menos da metade (48%) foi aplicada ao longo de três semanas. Para pesquisadores, entre os entraves nesta campanha de imunização, está a burocratização para a população ter acesso à aplicação da vacina. "O princípio do acesso universal à saúde (base do SUS) está sendo infringido. Era para o processo ser menos complicado, e as pessoas serem aceitas para receber a dose independentemente do meio que as fez levar a uma sala de vacinação", diz a epidemiologista Ana Brito, pesquisadora da Fiocruz Pernambuco.
Na última semana, a Rede Solidária em Defesa da Vida em Pernambuco posicionou-se sobre a obrigatoriedade do agendamento em aplicativo para idosos a partir de 85 anos. "Trata-se de uma população relativamente pequena e, em parte dela, isso tem gerado transtornos provocados pela dificuldade de acesso à internet, de manejo do aplicativo e pela ida a pontos de vacinação. Esse deslocamento se dá muitas vezes utilizando o transporte coletivo, expondo o idoso a riscos. Esse grupo tem o direito a ser vacinado em casa e com prioridade para aqueles que vivem nas periferias e em situação de maior vulnerabilidade social, indo além dos acamados", destaca o manifesto.