Desde que foi criado, em 1973, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Brasil busca a inclusão social, assistindo todas as pessoas, em todos o País, sem distinção. Em Pernambuco, durante esta campanha de vacinação contra a covid-19, o PNI tem mostrado a importância de se ter ampla capacidade técnica para dar andamento a um processo de imunização que atinja os grupos prioritários. Diariamente, equipes têm se mobilizado para fazer o que se chama de vacinação extramuros (fora das unidades de saúde), que pode ser realizada nos domicílios, em instituições de longa permanência, na rua e em locais previamente autorizados. O drive-thru, por exemplo, é uma forma de imunização extramuro. Mas há localidades a que profissionais de saúde precisam se deslocar para levar proteção à população. É o caso de distritos rurais, cujos moradores não têm condições de fazer deslocamento até postos ou centros de vacinação.
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"É bastante importante fazer essa imunização extramuro porque facilita o acesso da população. Muitas dessas pessoas moram em locais de difícil alcance que geralmente não oferecem transporte do local onde moram até a unidade de saúde mais próxima. Então, quando uma equipe de saúde vai até o local, ela garante que aquele indivíduo receba vacina e proteção", destaca a enfermeira Ana Catarina de Melo, superintendente de Imunização da Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES). Nesta semana, ao falar conosco sobre o trabalho dos municípios para garantir a imunização dos idosos em situação de vulnerabilidade social e sem condições de se locomoverem aos centros de vacinação, ela compartilhou dezenas de fotos (ao lado) enviadas pelas prefeituras.
"Aqueles mais vulneráveis estão conseguindo ser vacinados. Dessa forma, eles deixam de ser expostos (ao novo coronavírus) e de se tornarem ainda mais vulneráveis. Por isso que essas estratégias são tão necessárias." Ela acrescenta que, quando se pensa em estratégia de imunização, os governos precisam criar uma logística para que todos sejam beneficiados, desde a pessoa que tem condição de ir a uma unidade básica de saúde ou centro de vacina até aquela com dificuldade de deslocamento e que reside em local de difícil acesso. "É nossa tarefa garantir que o imunizante chegue a todos, independentemente de onde se mora", acrescenta Ana Catarina.
O Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, é um dos municípios com vacinadores que vão a áreas de difícil acesso para levar proteção contra covid-19 aos idosos. A moradora Josefa Maria da Silva, 80 anos (foto à esquerda), foi uma das que receberam o imunizante. Ela vive há 15 anos no engenho Arariba de Baixo e recebeu, em sua residência, a equipe da prefeitura. Ela não escondeu a alegria de ser vacinada. "Nunca, em minha vida, fui acolhida de uma maneira tão gratificante em casa. Estava muito ansiosa pela chegada desse momento", contou Josefa.
O Estado já aplicou 880.576 doses da vacina contra a Covid-19, das quais 670.980 foram primeiras doses. Ao todo, foram feitas a primeira dose em 199.050 trabalhadores de saúde; 24.775 povos indígenas aldeados; 4.686 em comunidades quilombolas; 6.101 idosos em instituições de longa permanência; 22.828 idosos de 64 a 69 anos; 236.582 idosos de 70 a 79 anos; 92.035 idosos de 80 a 84 anos; 84.043 idosos a partir de 85 anos; além de 880 pessoas com deficiência institucionalizadas. Em relação à segunda dose, já foram beneficiadas 209.596 pessoas.