Nesta segunda-feira (24), em que Pernambuco bate recorde da média móvel de casos de covid-19 (atingiu 2.953 casos, que é o maior número desde o início da pandemia), também se chega ao número máximo, ao longo do enfrentamento ao novo coronavírus, de pacientes com sintomas da doença que aguardam um leito. São 473 pessoas com sinais sugestivos de covid-19 que estão na fila de espera por uma vaga em hospital para receber assistência especializada. Desse total, 356 aguardam um leito de terapia intensiva (UTI) - e 13 delas são crianças. Além disso, 117 pacientes esperam ser transferidos para enfermaria - 13 crianças entre eles. Os números são do painel que apresenta os dados de leitos de síndrome respiratória aguda grave (srag) no Estado.
No domingo (23), a fila estava com 330 pessoas com sintomas graves da infecção. Desse total, 299 aguardam um leito de UTI, sendo 12 crianças, e 31 pacientes (todos adultos) esperam ser transferidos para enfermaria.
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Com alta permanente na taxa de ocupação de leitos, pacientes sempre à espera de vagas e capacidade reduzida na ampliação de leitos nos hospitais, Pernambuco está com assistência hospitalar para covid-19 à beira do colapso. Também nesta segunda-feira (24), das 1.695 vagas de UTI da rede pública estadual (voltadas a casos suspeitos e confirmados da infecção), 98% estão ocupadas. Em relação ao setor privado, 92% das 473 estão com pacientes. A taxa de ocupação das enfermarias, públicas estaduais e privadas, também está em zona de criticidade - especialmente a pública, com 87%. Na rede privada, essa taxa está em 72%.
Para fornecer assistência aos pacientes que evoluem para a forma grave da covid-19, Pernambuco tem trabalhado no limite da capacidade para abertura de novos leitos. "É preciso dizer que o Estado tem um turnover, uma rotatividade de leitos, o que leva a fazer mais de duas centenas de internações diariamente. Temos a maior rede de terapia intensiva do Norte, Nordeste, Centro -Oeste e até de alguns Estados do Sul do País. Isso faz com que o manejo desses pacientes permita alta rotatividade desses leitos, e a gente diminua a taxa de permanência desses pacientes fora desse ambiente hospitalar (em espera de uma vaga)", informou o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, em coletiva de imprensa na última quinta-feira (20).
O secretário reconheceu que, nos últimos 15 dias, houve um aumento na fila de espera por leito de terapia intensiva (UTI). Na sexta-feira (21), por exemplo, 320 pessoas aguardavam uma vaga de UTI no Estado. No dia anterior (20), 293 pacientes estavam à espera de um leito desse tipo. "Isso passa a ser preocupante, sem duvidas. A nossa capacidade de ampliação de leitos já não é mais a mesma que foi no mês de março", destacou Longo.