O Presidente do Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do Estado de Pernambuco (SINDHOSPE), George Trigueiro, disse, em entrevista ao Passando a Limpo, da Rádio Jornal, na manhã desta terça-feira (3), que hospitais privados do Estado já sentem "os efeitos da imunização da população" contra a covid-19. O médico relacionou dados de vacinação à diminuição da ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e de enfermaria a pacientes com sintomas da doença.
"Estamos sentindo os efeitos da imunização da população. Hoje, com as duas doses em menos de 20% da população no Brasil, já conseguimos baixar a taxa de ocupação dos leitos de UTI e de enfermaria e também da média móvel de óbitos; imagine se todos os países alcançarem esse índice de imunização de 70%, que é o esperado para [atingir] a imunidade coletiva", alegou o médico.
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O boletim epidemiológico dessa segunda-feira (2) apontava que a taxa de ocupação média na rede privada era de 41% (52% nas UTIs e 23% na enfermaria) de um total de 356 leitos para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), sintoma da covid. Na rede pública, a média é de 44% (47% nas UTIs e 41% na enfermaria), de um total de 2.558 leitos para SRAG.
No Recife, aproximadamente 11 mil pessoas são vacinadas diariamente contra a covid-19 (média da última quinzena). Nessa segunda (2), a coluna Saúde e Bem-estar trouxe que a capital pernambucana já imunizou, com ao menos uma dose, 73,76% do público-alvo total da campanha contra o coronavírus. O índice representa 853.245 pessoas que já iniciaram a proteção. A cidade tem 1.237.614 pessoas acima dos 18 anos que estão aptas a receber a vacina.
A preocupação, para Trigueiro, é com variante Delta, considerada altamente contagiosa e responsável por novos confinamentos no mundo inteiro e disparo de hospitalizações nos Estados Unidos. "Hoje, sabemos que as variantes anteriores eram transmitidas para em média duas pessoas, e a delta transmite para quatro, então a transmissibilidade é muito elevada, e a preocupação mundial é que isso atrapalhe todo o processo de imunização", explicou.
Por isso, o médico pede a manutenção de cuidados preventivos já conhecidos contra o novo coronavírus. "A recomendação é aquela que nós já estamos divulgando há muito tempo, com as precauções não farmacológicas, como distanciamento, uso de máscaras e higienização das mãos", afirmou.
"Só tem uma solução: imunização. Se tivéssemos começado em dezembro com um volume grande, o Brasil praticamente estaria muito bem vacinado e com uma certa proteção contra as variantes, já que o Plano Nacional de Imunização tem capacidade de vacinar quase 2 milhões de pessoas por dia", defendeu George Trigueiro.