Notícias e análises sobre medicina e saúde com a jornalista Cinthya Leite

Saúde e Bem-estar

Por Cinthya Leite e equipe
COLUNA JC SAÚDE E BEM-ESTAR

Redução de 250 calorias por dia na dieta pode melhorar a saúde do coração, diz estudo

Alimentação equilibrada e prática de exercícios são capazes de melhorar a rigidez da aorta de pacientes

Cadastrado por

Cinthya Leite

Publicado em 29/09/2021 às 13:26 | Atualizado em 29/09/2021 às 13:27
O processo de emagrecimento é algo que pode levar tempo, mas é um estilo de vida que irá proporcionar condições muito mais saudáveis - FREEPIK/BANCO DE IMAGENS

Nesta quarta-feira, 29 de setembro, marcada pelo Dia do Coração, trazemos o destaque de um estudo lançado recentemente pela revista científica Circulation. A pesquisa reforça que hábitos simples, como a redução do consumo de calorias diárias e a prática de exercício físico, podem aumentar o desempenho cardíaco e propiciar mais qualidade de vida para as pessoas.

Segundo a pesquisa, a redução de 250 calorias por dia na dieta, além dos exercícios por no mínimo quatro vezes na semana, foram capazes de melhorar a rigidez da aorta (uma das maiores e mais importantes artérias do corpo humano responsável por levar oxigênio para todo o organismo) de pacientes idosos e com obesidade. De acordo com o cardiologista Roberto Yano, o enrijecimento da parede arterial dificulta o trabalho do coração e pode resultar em graves complicações.

“O enrijecimento arterial dificulta a passagem fluida do sangue, fazendo com que o sangue não chegue adequadamente a todo o organismo, elevando a pressão sanguínea e potencializando os riscos de doenças cardiovasculares, como infarto, derrame, aterosclerose e outras complicações”, alerta o cardiologista, especialista em estimulação cardíaca artificial. “Esses problemas são mais frequentes na velhice, mas hábitos ruins, como consumo exagerado de bebida alcoólica, cigarros, sedentarismo, obesidade e alimentos ricos em aditivos químicos e gorduras ruins podem elevar os riscos à saúde”, completa.

Os pesquisadores ficaram por cinco meses avaliando diariamente, com ressonância magnética, o comportamento de 160 adultos com obesidade, com idades entre 65 e 79 anos, que não praticavam previamente exercício físico. Os participantes foram divididos em três grupos: um de pessoas que fizeram somente exercício físico; outro com pessoas que praticavam exercícios e fizeram redução de 250 calorias diárias na alimentação e um terceiro grupo que praticava exercício físico e fizeram a redução de 600 calorias por dia.

A conclusão foi que os dois grupos que se exercitaram e tiveram redução de calorias, reduziram entre 8 kg e 9 kg de peso corporal, enquanto o grupo que só mantinha o exercício físico, tiveram uma perda média de apenas 1,6 kg. Houve também uma melhora da distensibilidade da aorta ascendente em pacientes que se exercitaram e fizeram uma restrição calórica moderada, o que não ocorreu em quem fez uma restrição calórica intensa.

“O estudo mostra que mais valem a frequência, a rotina e a moderação do que o esforço exagerado e a restrição calórica extrema. Vale lembrar que restrição calórica intensa em idosos com obesidade pode não ser a melhor opção porque, apesar da diminuição considerável do peso, não houve melhora na distensibilidade da artéria aorta, ou seja, suas artérias não ficaram mais saudáveis”, finaliza.

 

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