O psicólogo Rodrigo Nery alerta que o número de profissionais da educação que buscaram atendimento com a síndrome de Burnout (esgotamento mental decorrente do excesso de trabalho) aumentou bastante durante a pandemia. “Esta síndrome é o afeto convertido em dor física. Então, os incômodos no corpo têm sido uma queixa constante nos pacientes que procuram a terapia. Eles esperavam que a pandemia fosse uma corrida de 100 metros e virou uma maratona. Isso tem gerado tensão, medo, fobias, tristeza e solidão. Assim, aparecem dores nas articulações, esgotamento físico e insônia”, explica Rodrigo.
Ele reforça que muitos dos profissionais da Educação têm sofrido com as mudanças ao longo da pandemia. Não à toa, 72% tiveram a saúde mental afetada e precisaram buscar apoio, segundo pesquisa realizada com 9.557 profissionais pela Nova Escola, marca de negócio social de Educação. “Além de terem que inovarem no ensino remoto, precisam preparar material impresso, orientar alunos e pais, ligar para os ausentes, corrigir e verificar se o material está sendo eficiente para o aprendizado”, acrescenta.
O psicólogo clínico Rodrigo Nery separou algumas dicas para ajudar os professores a estabelecer hábitos mais saudáveis, a fim de ajudar a evitar o desenvolvimento da síndrome de Burnout. Confira:
- Tenha pequenos objetivos na sua vida pessoal e profissional
- Procure estabelecer um equilíbrio entre trabalho, lazer, família, vida social e atividades físicas
- Procure ter momentos de lazer com pessoas queridas, sejam elas familiares ou amigos, mesmo que seja apenas uma videochamada
- Repouse adequadamente
- Crie uma rotina para dormir bem. Para a maioria das pessoa, o recomendado é entre 7 e 9 horas de sono por noite
- Tenha uma rotina de atividades físicas. Não importa qual a modalidade; o importante é estar em movimento
- Saia um pouco da rotina
- Converse com alguém de confiança sobre os desafios emocionais atuais
- Não faça automedicação
- Não hesite em procurar ajuda especializada
O esgotamento profissional interfere não só na saúde do profissional, mas em todo a qualidade do trabalho exercido, no aprendizado dos alunos e no serviços prestado pela instituição de ensino. Por isso, o ideal é que tanto o profissional quanto a equipe pedagógica trabalhem em parceria para que todos tenham bons resultados nessa relação, sem cruzar sobrecarregar nenhum dos lados.