A jornalista e colunista de política Cristiana Lôbo morreu, nesta quinta-feira (11), aos 63 anos, em decorrência de um mieloma múltiplo, do qual se tratava há alguns anos. A condição de saúde dela foi agravado por uma pneumonia, desenvolvida nos últimos dias. Ela estava internada no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. O mieloma múltiplo que acometeu Cristiana Lôbo é um tipo raro de câncer no sangue que acomete aproximadamente 750 mil pessoas ao redor do mundo, segundo a American Cancer Society.
Nos Estados Unidos, cerca de 32 mil pessoas foram diagnosticadas com mieloma múltiplo em 2020, e a doença é responsável por aproximadamente 1,8% de todos os novos diagnósticos de câncer. É uma enfermidade pouco falada, mas de muita importância. Trata-se do segundo câncer de sangue mais comum (o primeiro é o linfoma) e atinge a medula óssea - tecido encontrado no interior dos ossos (o tutano) , responsável por produzir as células sanguíneas.
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É um câncer que ocorre devido a uma proliferação anormal dos plasmócitos – células que produzem anticorpos que combatem infecções. Os plasmócitos malignos (células do mieloma) acumulam-se progressivamente em vários locais do tutano, levando ao quadro do mieloma múltiplo.
“A causa da doença é desconhecida, acomete com um pouco mais de frequência os homens e afeta principalmente os locais onde a medula óssea está mais ativa, como ossos da coluna vertebral, crânio, pélvis e caixa torácica. E conhecer o problema é importante porque geralmente os sintomas do mieloma são confundidos com sinais do envelhecimento, como cansaço e dores nas costas”, diz a hematologista Vania Hungria, professora adjunta da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
Segundo a médica, isso ocorre também porque a doença acomete principalmente pessoas acima de 60 anos e é menos frequente abaixo dos 50. “É importante que o mieloma múltiplo seja diagnosticado o mais cedo possível. Quanto mais precoce o diagnóstico, maior a chance de reduzir as complicações decorrentes da doença”, afirma. Pelo menos, 80% dos pacientes têm comprometimento ósseo, 60% anemia e 20% alteração renal. Isso resulta nos sintomas de dores ósseas e fraturas espontâneas, além de palidez e fraqueza", acrescenta Vania Hungria.