Neste momento de alta diária de casos da gripe H3N2 e subida nas taxas de ocupação de leitos de terapia intensiva (UTI) e enfermaria, Pernambuco tem, às vésperas da virada do ano, 110 pessoas com sintomas respiratórios graves que estão na fila de espera por uma vaga em hospital para receber assistência. Desse total, 59 aguardam um leito de UTI - e quatro delas são crianças. Além disso, 51 pacientes esperam ser transferidos para enfermaria - quatro deles aguardam um leito infantil. Os dados são do painel da regulação estadual para síndrome respiratória aguda grave (srag), correspondem aos leitos públicos e foram consultados, no início da tarde desta terça-feira (28), pela reportagem do JC.
O número da fila de espera por vagas hospitalares vem um dia após a Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES) ter confirmado laboratorialmente 1.370 novos casos da influenza H3N2 no Estado. Com isso, o Estado acumula 1.592 casos da doença desde o dia 18 deste mês, quando foram divulgados os três primeiros casos de H3N2. O volume de pacientes que aguarda leitos nos hospitais públicos começou a aumentar de forma expressiva no dia 21 deste mês, com 31 à espera de vaga em enfermaria e 12 em UTI. Quatro dias depois (25/12), já eram 70 pessoas na fila: 42 aguardavam ser transferidas para UTI e 28 para enfermaria.
A pressão feita na assistência hospitalar decorre do salto no número de pacientes, em Pernambuco, com síndrome respiratória aguda grave (srag). São pessoas que evoluem com um quadro gripal mais severo (com presença de sinais como falta de ar ou desconforto para respirar, sensação de pressão no peito e saturação de oxigênio abaixo de 95%) e precisam de atendimento especializado. Na penúltima semana epidemiológica do ano, a 51ª, que terminou no sábado (25), o número de pessoas com quadro de srag deu um salto, chegando a 581 casos. O aumento é de 59% em relação a sete dias anteriores.
Atualmente, das 725 vagas de UTI no Estado, 70% estão ocupadas por pacientes com quadro de srag. Ao todo, são 508 pessoas que recebem esse tipo de assistência em leito público administrado pelo governo de Pernambuco. Além disso, 372 leitos de enfermaria (entre os 671 disponíveis) permanece com pacientes, e isso corresponde a uma taxa de ocupação de 55%. Ao todo, há 516 vagas livres em hospitais públicos, sendo 217 em UTI e 299 em enfermaria. A questão é que esses leitos disponíveis estão distribuídos entre vários municípios pernambucanos, que ainda não sentem o impacto da onda da influenza H3N2 que toma conta da capital, onde há uma demanda imensa por vagas hospitalares e, consequentemente, maior tempo em fila de espera.
"Somos todos responsáveis pelo controle da covid-19 e também da influenza. Especialmente neste período de festas de fim de ano e de férias escolares, a adoção e o reforço no distanciamento físico, no uso correto da máscara e na lavagem das mãos são uma questão de proteção à vida. E precisamos de uma atenção especial com os idosos, as crianças e pessoas com comorbidades severas, que são os grupos mais suscetíveis ao agravamento", diz o secretário Estadual de Saúde, André Longo.
Diante de qualquer quadro gripal, a recomendação atual é manter o isolamento de contatos próximos para evitar contaminações. Também se orienta fazer uso da plataforma Atende em Casa para buscar orientações sobre condutas importantes para aliviar e controlar os sintomas. O acesso ao sistema, uma parceria do Governo de Pernambuco com a Prefeitura do Recife, pode ser por aplicativo disponível em celular Android ou pelo site www.atendeemcasa.pe.gov.br. Após digitar informações básicas, o sistema conduzirá a ocorrência de acordo com a gravidade de cada caso. Além disso, é importante manter as medidas de higiene e não farmacológicas, como o uso de máscara e higienização das mãos.