Quinze dias após o governo de Pernambuco ter definido novas flexibilizações no plano de convivência com a covid-19, os indicadores da pandemia (casos, óbitos e demanda por leitos hospitalares) permanecem em queda acentuada no Estado.
Uma semana antes da liberação do uso de máscaras em locais abertos e do fim da limitação de público em eventos (período de 20/3 a 26/3), Pernambuco somou 416 casos de síndrome respiratória aguda grave (srag), com 45 confirmações para covid-19. Já na última semana (3/4 a 9/4), duas semanas depois das flexibilizações, o Estado registrou 357 casos de srag, com 25 diagnósticos positivos para a infecção pelo coronavírus.
As mortes por covid-19 também estão com tendência de queda em Pernambuco. De 20 a 26 de março, foram notificados 78 óbitos pela doença. Desse total, 8 tiveram confirmação para a infecção. Já de 3 a 9 de abril, foram 51 mortes, com 2 confirmações para covid-19. Vale ressaltar que os dados ainda estão sujeitos a alterações à medida em que são atualizados retrospectivamente.
"Continuamos observando uma tendência contínua de redução nos indicadores da covid-19 em Pernambuco, mesmo após novas flexibilizações no nosso plano de convivência. Isso só está sendo possível graças ao avanço da vacinação em nosso Estado. Já temos 80% da população vacinada com ao menos duas doses e 80% dos idosos também já foram vacinados com a primeira dose de reforço", diz à coluna Saúde e Bem-Estar, do JC, o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo.
Ele acrescenta que, mesmo em meio ao cenário epidemiológico favorável, o vírus continua em circulação. "A Organização Mundial da Saúde continua classificando a emergência em saúde provocada pela covid-19 como pandemia. Assim, para continuarmos colhendo bons frutos neste enfrentamento ao vírus, mantendo um cenário positivo de forma sustentada, é crucial conseguirmos avançar ainda mais na imunização da população", frisa Longo.
Vacinação infantil em baixa
O secretário alerta que especialmente entre o público de 5 a 11 anos, a cobertura vacinal contra a doença ainda está aquém do desejável. E no grupo acima dos 60 anos, que preocupa por causa de maior risco de agravamento e óbito pela infecção, mais de 240 mil pessoas ainda não tomaram a primeira dose reforço, que é essencial para alavancar a proteção da vacina. "Também precisamos reforçar o chamado para que os idosos, que tomaram a terceira dose há mais de quatro meses, recebam a quarta dose."
Na avaliação de André Longo, só a vacinação completa, com todas as doses disponíveis, vai barrar novas ondas de covid-19. "Isso vai evitar que tenhamos bolsões de vulneráveis e impedir novos surtos da doença, que podem comprometer a rede de saúde e o tratamento de outras enfermidades."