Cada vez mais, neste mundo tão estressante, precisamos estar empenhados a cuidar da nossa saúde emocional. Em tempos frenéticos, um conjunto de técnicas de meditação e respiração, batizado de mindfulness (ou atenção plena, na tradução para o português), desponta como alternativa para quem deseja quebrar o ciclo de ansiedade, estresse, infelicidade, irritabilidade e depressão, além de outros transtornos que desestabilizam a saúde.
O tema ganha destaque neste mês de maio, marcado pelo Dia Mundial da Meditação (21/5). A serenidade alcançada com mindfulness pode levar ao reencontro do equilíbrio físico e emocional essencial para domar as pressões do dia a dia e facilitar o alcance de metas.
A cardiologista Márcia Cristina, do I.Cordis, reconhece o quanto a prática da meditação ajuda a promover bem-estar e qualidade de vida para os pacientes. “Nos últimos anos, vários estudos têm sido publicados sobre a eficácia de mindfulness como tratamento coadjuvante de várias doenças. Entre elas, a depressão, a ansiedade, a hipertensão, a angina do peito e até as arritmias”, frisa a médica.
O depoimento de Márcia Cristina é fundamentado especialmente no protocolo do cientista e médico Jon Kabat-Zinn, autor do livro Atenção plena para iniciantes (Editora Sextante, 176 páginas). “O protocolo do Dr. Kabat Zinn, de oito semanas, está associado a reduções significativas das pressões arteriais sistólica e diastólica, como também a melhorias para a saúde mental (controle da ansiedade, depressão, angústia e estresse) de pessoas com condições relacionadas a doenças cardiovasculares. Eventos adversos não foram avaliados ou relatados nos estudos”, destaca a cardiologista, especializada no atendimento ao idoso.
“O mecanismo proposto é a redução do estado adrenérgico associado a estes estados ansiosos e depressivos, comumente relacionados à hipertensão arterial e outras doenças cardiovasculares. Isso resulta na redução dos batimentos cardíacos e da resistência vascular periférica, o que leva a uma redução da pressão arterial e dos batimentos cardíacos, além de proporcionar bem-estar”, acrescenta Márcia Cristina.
Quando tomamos consciência daquilo que sentimos, podemos nos tornar capazes de identificar sentimentos nocivos antes que eles ganhem força e desencadeiem um fluxo de emoções negativas, que nos deixa estressados, irritados e até frustrados.
Para praticar mindfulness
A questão é que muita gente tem dificuldade para encontrar opções que promovam a realização de mindfulness.
Para tornar a prática mais acessível, o Centro Brasileiro de Mindfulness e Promoção da Saúde - Mente Aberta, ligado à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), promove o Mindfulness no Parque Online, uma atividade gratuita e aberta ao público.
Os encontros ocorrem todo primeiro domingo de cada mês, das 10h às 11h, e são direcionados a todos que querem conhecer mais sobre o tema por meio de práticas. "É importante entendermos que a meditação é parte do processo de mindfulness que, por sua vez, é muito mais amplo do que a meditação. Ambos, no entanto, buscam a promoção do bem-estar físico e mental. São práticas complementares”, diz o instrutor Murilo Mellios, do Mente Aberta.
As inscrições para o Mindfulness no Parque Online podem ser feitas pelo Sympla neste link direto: cutt.ly/XGWK9ik.