Neste mês de maio, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o fim da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) referente à covid-19.
A OMS avaliou que há declínio nas hospitalizações e internações em unidades de terapia intensiva (UTI), bem como os altos níveis de imunidade da população ao coronavírus.
Mas o fim da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional não significa que a covid-19 tenha deixado de ser uma ameaça à saúde.
De acordo com a OMS, a propagação mundial da doença continua caracterizada como uma pandemia, tendo tirado uma vida a cada três minutos apenas no fim de abril.
Portanto, não devemos relaxar em relação à vacinação contra covid-19.
Abaixo, o médico Eduardo Jorge da Fonseca Lima, pesquisador do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip) e conselheiro do Conselho Regional de Medicina do Estado de Pernambuco (Cremepe), lista 5 motivos pelos quais não devemos deixar de tomar a vacina bivalente, mesmo com o fim da emergência global. Confira:
No dia 24 de abril, o Ministério da Saúde ampliou a vacinação com a dose de reforço bivalente contra a covid-19 para toda a população acima de 18 anos.
A recomendação tem o objetivo de reforçar a proteção contra a doença e ampliar a cobertura vacinal em todo País. Cerca de 97 milhões de brasileiros podem ser vacinados nesta etapa do Movimento Nacional pela Vacinação.
A orientação vale para quem já recebeu, pelo menos, duas doses de vacinas monovalentes (CoronaVac, AstraZeneca, Pfizer ou Janssen) como esquema primário ou como dose de reforço, respeitando um intervalo de quatro meses da última dose.
Quem ainda não completou o ciclo vacinal e está com alguma dose de reforço em atraso também pode procurar as unidades de saúde.
Para a secretária da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, aumentar as coberturas vacinais contra a covid-19 é prioridade. "A vacinação é fundamental para minimizar a carga e prevenir o surgimento de complicações decorrentes da doença."
Em 30 de janeiro de 2020, a OMS decretou a covid-19 como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), o mais alto nível de alerta da organização, conforme previsto no Regulamento Sanitário Internacional.
Foram levados em conta vários aspectos epidemiológicos, incluindo o potencial de transmissão, a população suscetível, a severidade da doença, a capacidade de impactar viagens internacionais, entre outros fatores específicos.
No dia 11 de março de 2020, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou que a covid-19 estava caracterizada como uma pandemia.
No dia 5 de maio de 2023, a OMS declarou, em Genebra, na Suíça, o fim da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) referente à covid-19.
"O que esta notícia significa é que está na hora de os países fazerem a transição do modo de emergência para o de manejo da covid-19 juntamente com outras doenças infecciosas", destacou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Jarbas Barbosa, diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), saudou a decisão do diretor-geral da OMS de aceitar a recomendação do Comitê de Emergência.
"Não devemos baixar a guarda, precisamos continuar vacinando os grupos vulneráveis e fortalecendo a vigilância. Também é hora de nos concentrarmos em nos preparar melhor para futuras emergências e reconstruir melhor para um futuro mais saudável e sustentável", destacou Jarbas Barbosa.