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Saúde e Bem-estar

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SAÚDE DO HOMEM

Novembro Azul: testes genéticos contribuem com tratamento do câncer de próstata

Com o avanço da medicina de precisão, as perspectivas para os pacientes têm sido cada vez mais animadoras, mesmo para aqueles que descobrem o câncer de próstata tardiamente

Cadastrado por

Cinthya Leite

Publicado em 01/11/2023 às 17:26
Teste avalia os diversos tipos de mutações em genes, como o BRCA1, BRCA2 e ATM, que são os que mais apresentam alterações em casos de câncer de próstata agressivo - TAUSEEF MUSTAFA/AFP

Dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) apontam que 20% dos casos de câncer de próstata são diagnosticados já em estágio avançado. Esse cenário chama a atenção neste Novembro Azul (campanha de conscientização sobre a doença) e colabora para parte das 16.055 mortes em decorrência do tumor, no Brasil, em 2022.

Mas, com o avanço da medicina de precisão, as perspectivas para os pacientes têm sido cada vez mais animadoras, mesmo para aqueles que descobrem o câncer de próstata tardiamente.

"A medicina de precisão é a capacidade de agregar informações genéticas aos achados clínico-patológicos e, com isso, é possível identificar de forma mais individual qual o tipo de câncer de próstata acomete aquele paciente. Dessa maneira, podemos investir em tratamentos mais assertivos e eficazes", explica o uro-oncologista Renan Éboli, da Multihemo Oncoclínicas, que faz parte do Grupo Oncoclínicas.

O especialista acrescenta que o câncer de próstata possui apresentação heterogênea. Por isso, encontrar mutações genéticas permitiu o melhor entendimento da evolução da doença, sobretudo os mais agressivos.

Órgãos internacionais, como o National Comprehensive Cancer NetWork (NCCN), já defendem a investigação de mutações nos genes de reparo do DNA em todos os pacientes diagnosticados com metástase e naqueles com história familiar significativa.

O teste avalia os diversos tipos. Entre eles, o BRCA1, BRCA2 e ATM, que são os que mais apresentam mutações em casos de câncer de próstata agressivo. 

Segundo Renan Éboli, existem dois tipos de testes genéticos. O primeiro deles busca estudar alterações presentes na amostra do tumor ou de suas metástases. Essa amostra pode ser coletada durante biópsia por punção, cirurgia ou até mesmo no sangue a partir de fragmentos de DNA tumoral circulantes (biópsia líquida).

O segundo tipo pode ser realizado por meio de uma porção de sangue ou saliva e é indicado principalmente para aconselhamento familiar - ou seja, para predizer a probabilidade do surgimento de tumores em filhos e netos.

Devido a utilização desses testes, que reconhecem as alterações, recentemente foram lançadas medicações por via oral que dificultam que as células que sofreram mutações nos genes de reparo sobrevivam. Esta ação permite uma diminuição da chance de progressão e, consequentemente, morte pelo câncer.

"Recentes estudos apontam que, com a utilização dessas novas medicações, associadas aos agentes hormonais, houve uma redução de 34% na progressão das metástases e redução de 20% na chance de morte no cenário mais avançado da doença", Renan.

CÂNCER DE PRÓSTATA: SAIBA MAIS

No Brasil, o câncer de próstata é o mais comum entre os homens (depois do tumores de pele não melanoma), e cerca de 75% dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos.

Em fase inicial, não provoca sintomas, mas, em estágio avançado, os indivíduos podem apresentar micção frequente, fluxo urinário fraco ou interrompido, sangue na urina e dores nos ossos.

O diagnóstico é feito a partir da biópsia da próstata, nos casos em que o homem apresenta elevação do antígeno prostático específico (PSA) presente no sangue ou em caso de identificação de alteração no exame do toque.

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