A depressão exerce um impacto prejudicial tanto no controle glicêmico quanto no diabetes mal controlado, que, por sua vez, intensifica os sintomas depressivos.
A American Diabetes Association fornece uma orientação abrangente sobre a interseção da depressão em portadores de diabetes tipo 2, destacando os seguintes pontos.
Pontos em comum entre diabetes e depressão
Sentir tristeza ocasional é uma experiência normal, mas algumas pessoas experimentam um sentimento de tristeza aparentemente sem motivo, que persiste. Se essa sensação perdurar na maior parte do dia, por duas semanas ou mais, pode ser um sinal crucial de depressão.
Estudos clínicos indicam que pessoas com diabetes enfrentam um risco maior de desenvolver depressão, embora não existam explicações simples para esse fenômeno.
Quando um paciente não consegue alcançar o controle glicêmico desejado ou enfrenta as complicações do diabetes, ele pode se convencer de que perdeu o controle sobre a doença.
A depressão pode criar um ciclo vicioso, prejudicando o controle da doença e complicando a realização de tarefas essenciais para alcançar um bom controle glicêmico.
A falta de controle glicêmico pode resultar em sintomas que imitam a depressão, como a sensação de cansaço e ansiedade causada por níveis muito altos ou muito baixos de glicose.
Sempre que possível, a orientação de um profissional de saúde mental com experiência em diabetes pode ser valiosa. Contudo, em casos nos quais o tratamento com antidepressivos é necessário, é crucial consultar um profissional médico.
Na presença de sintomas depressivos, não é aconselhável adiar a busca por ajuda. Informe-se sobre a doença e busque serviços de atenção multidisciplinar ao portador de diabetes. O diagnóstico precoce da depressão pode acelerar o tratamento, portanto, esteja atento aos sinais comuns já nas fases iniciais do processo depressivo.
Sinais do processo depressivo:
- Perda do prazer em atividades antes apreciadas.
- Tristeza inexplicável, especialmente pela manhã.
- Mudanças nos padrões de sono, incluindo despertar precoce e dificuldade em voltar a dormir.
- Alterações significativas no apetite, seja aumento ou diminuição.
- Dificuldade de concentração.
- Sensação de fadiga e perda de energia.
- Ansiedade, nervosismo ou sentimentos de culpa.
- Pensamentos suicidas ou de autoagressão.
A presença de três ou mais desses sintomas, ou mesmo um ou dois associados a uma tristeza persistente por duas semanas ou mais, sugere a necessidade de reconhecer o estado depressivo e procurar ajuda especializada de profissionais competentes na assistência à pessoa com diabetes.
Fonte: Daniel Panarotto