O diabetes mellitus figura entre os distúrbios metabólicos mais difundidos globalmente, estimando-se que atingirá 5,4% da população mundial até 2025. Essa prevalência é influenciada por diversos fatores, destacando-se, principalmente, os hábitos alimentares.
A baixa ingestão de alimentos saudáveis e o aumento no consumo de produtos ultraprocessados ricos em açúcar são fatores primordiais para o crescimento exponencial dos casos de diabetes mellitus ao redor do mundo.
Vale ressaltar que, uma vez estabelecido, o diabetes não possui cura, sendo necessária a adoção de medidas de controle, em que a dieta desempenha um papel crucial. Veja a seguir qual é a melhor dieta para indivíduos com diabetes.
Qual é o propósito de uma dieta específica para diabéticos?
O diabetes, resultante de disfunções relacionadas à ação ou produção de insulina, é caracterizado pela hiperglicemia, sendo comum o desenvolvimento de hiperlipidemia, isto é, elevados níveis de gordura circulante no sangue.
Diante disso, as estratégias para o controle do diabetes concentram-se, geralmente, na otimização do cenário glicêmico e na melhoria do perfil lipídico sanguíneo, constituindo os principais objetivos de uma dieta direcionada para esse distúrbio.
Diversas abordagens alimentares são eficazes no controle do diabetes, e é importante destacar que o foco não se resume à eliminação de carboidratos ou à exclusividade de proteínas de origem animal, como alguns podem supor.
Estudos identificaram reduções significativas no risco de diabetes em populações que adotam padrões alimentares veganos e vegetarianos, comparados a outros padrões alimentares.
Dietas baseadas em plantas podem ser particularmente benéficas, contribuindo para melhorar a sensibilidade à insulina e controlar o peso, de acordo com pesquisas.
Considerando os objetivos da dieta para diabéticos, o plano alimentar deve incluir:
- Micronutrientes (vitaminas e minerais);
- Fibras;
- Frutas e vegetais frescos;
- Grãos integrais;
- Proteínas;
- Gorduras saudáveis.
Alimentos recomendados
Embora não seja possível estabelecer uma lista exata de alimentos permitidos para todos os diabéticos, uma vez que cada indivíduo possui suas particularidades, é consensual que a qualidade e a quantidade de carboidratos desempenham um papel crucial na resposta glicêmica.
Pesquisas indicam que padrões alimentares com baixo índice glicêmico e/ou baixa carga glicêmica tendem a melhorar o controle glicêmico em pacientes com diabetes.
O índice glicêmico (IG) refere-se à velocidade de decomposição e absorção de um carboidrato. Carboidratos de alto IG causam rápido aumento da glicose e insulina no sangue.
A carga glicêmica (CG) representa o potencial glicêmico de um alimento ou do plano alimentar, indicando a qualidade e quantidade de carboidrato presente em uma determinada porção.
De maneira geral, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, os alimentos permitidos para diabéticos incluem:
- Proteínas magras;
- Frutas e vegetais;
- Laticínios com baixo teor de gordura;
- Carboidratos ricos em fibras;
- Gorduras saudáveis de origem vegetal, como abacate, nozes, óleo de canola ou azeite.
A dieta adequada, aliada a exercícios físicos regulares, deve ser a base do controle do diabetes mellitus. Contudo, a busca por alternativas como fitoterápicos e alimentos funcionais tem crescido, apresentando resultados promissores.
Ressalta-se que o intuito não é substituir os fármacos, mas proporcionar um controle mais natural do diabetes, minimizando reações adversas.
Diversos vegetais têm sido identificados por seus efeitos antidiabéticos, destacando-se substâncias como a quercetina, presente em alimentos como cebolas, maçãs, uvas, frutas vermelhas, brócolis, frutas cítricas, chá verde e café.
A spirulina, microalga com alta densidade nutricional, e a cúrcuma, derivada da raiz de uma planta andina, também têm sido reconhecidas por seus benefícios no controle do diabetes.
A ora-pro-nóbis, rica em fibras que auxiliam na absorção gradual do açúcar, é outra opção relevante para o controle glicêmico.
Estudos indicam que fitoterápicos como a quercetina, a spirulina, a cúrcuma e a ora-pro-nóbis podem contribuir para restaurar a função pancreática, aumentar a produção de insulina ou inibir a absorção intestinal de glicose, exercendo efeitos antidiabéticos.
Alimentos não recomendados
Diversas pesquisas sugerem que carboidratos refinados não devem fazer parte da dieta de diabéticos, pois podem elevar rapidamente os níveis de glicose sem fornecer benefícios nutricionais. Além dos carboidratos ultraprocessados, outros alimentos que devem ser evitados incluem:
- Adoçantes à base de frutose;
- Frituras e embutidos;
- Excesso de sódio;
- Bebidas alcoólicas.
Fonte: Ocean Drop