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Saúde e Bem-estar

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DOENÇA

Insuficiência cardíaca em jovens e adultos: causas, sintomas e tratamento

Número de problemas vasculares entre os jovens tem crescido nos últimos anos. Fatores como abuso de álcool e tabaco estão entre as principais causas

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Paloma Xavier

Publicado em 31/07/2024 às 0:01 | Atualizado em 31/07/2024 às 12:00
O cardiologista Afonso Barreto chama atenção para a incidência da insuficiência cardíaca, que não está restrita apenas aos idosos - JAILTON JR./JC IMAGEM

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 26 milhões de pessoas sofrem de insuficiência cardíaca em todo o globo. No Brasil, dados da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) apontam que 3 milhões de pessoas têm a condição.

Responsáveis por 30% dos óbitos registrados pelo Ministério da Saúde no país em 2022 - o que corresponde a 400 mil mortes -, as doenças do coração são uma das principais causas de morte no Brasil.

Até a última terça-feira (23), o número de pessoas que morreram por doenças cardiovasculares em 2024 foi de 22.684. A informação é do Cardiômetro, ferramenta que considera cálculos estatísticos e dados oficiais de óbitos desenvolvida pela Sociedade Brasileira de Cardiologia.

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Os números alarmantes não se restringem apenas a idosos. “Normalmente, os casos de insuficiência cardíaca são mais frequentes em adultos e idosos, pois aumenta a prevalência com a idade avançada. No que se refere aos jovens, a frequência dos casos é menor e geralmente está associada a quadros de miocardite, doença reumática e cardiopatia reumática”, ressalta Afonso Barreto, cardiologista do Hospital Jayme da Fonte.

O aumento de 59% nos casos de infarto em pessoas com menos de 40 anos de 2010 a 2019 apontado pelo Ministério da Saúde reforça o alerta para os jovens e adultos. Vale ressaltar que em muitos casos a insuficiência cardíaca está relacionada ao infarto.

O que é insuficiência cardíaca?

Afonso explica que a insuficiência cardíaca consiste na incapacidade do coração para atender demandas metabólicas e de oxigenação do organismo.

“Ela pode ser responsável por uma mortalidade que gira em torno de 50% após cinco anos do diagnóstico da doença. Anualmente existem cerca de 200 mil internações por insuficiência cardíaca no Brasil”, destaca.

O cardiologista Afonso Barreto chama atenção para a incidência da doença - JAILTON JR./JC IMAGEM

O especialista também chama atenção para a incidência no público infantil: “É importante destacar que aproximadamente 46% dos casos de insuficiência cardíaca em criança devem-se à miocardite. A miocardite associada à cardiomiopatia hipertrófica é responsável por 42% dos casos de morte súbita em pessoas jovens, segundo a literatura internacional. ”

Causas da insuficiência cardíaca

Entre as causas mais comuns da insuficiência cardíaca elencadas por Afonso estão “a população cada vez mais longeva, os casos de infarto, o uso de alguns quimioterápicos cardiotóxicos, casos de miocardite de várias etiologias e cardiopatias.”

Hipertensão arterial, abuso de álcool e doença de chagas também estão entre as causas destacadas pelo cardiologista.

Sintomas da insuficiência cardíaca

A insuficiência cardíaca geralmente se apresenta através de sintomas como dispnéia (falta de ar) e inchaço, especialmente nos membros inferiores.

Frequência cardíaca inferior a 60 batimentos por minuto pode indicar insuficiência cardíaca - PEXELS

“Quando o indivíduo tem dificuldade de respirar imediatamente ao deitar, a chamada dispnéia de decúbito; e a dispnéia paroxística noturna, que é quando o paciente acorda no meio da madrugada sentindo-se afogado no seco”, detalha Afonso.

Prevenção da insuficiência cardíaca

Algumas medidas podem ser tomadas na prevenção da insuficiência cardíaca. “Bons hábitos alimentares, pouca ingestão de álcool, o não uso do tabaco, a prática de atividade física regular, assim como o controle de fatores de risco, como a hipertensão arterial, obesidade e controle de arritmias cardíacas”, elenca o cardiologista.

Tratamento da insuficiência cardíaca

“O tratamento da insuficiência cardíaca apresentou grande evolução, se compararmos o que era feito há 45 anos. Naquela época só existiam três classes de medicações: digital, diurético e espironolactona. Todas estas medicações agindo quase que exclusivamente apenas no controle de sintomas”, conta Afonso.

O tratamento para insuficiência cardíaca será determinado pelo cardiologista - PEXELS

“Hoje, diferentemente do passado, nós temos um arsenal terapêutico vasto, com várias classes de medicamentos, todos proporcionando redução de mortalidade. Entre essas classes de medicações, cinco se destacam: os beta bloqueadores; os inibidores da enzima conversora de angiotensina; os bloqueadores do receptor de angiotensina; a espironolactona; o sacubitril-valsartana e as glifozinas”, exemplifica.

As opções de tratamento dependem do fator causal e grau de evolução da doença. “Desde as medicações por via oral, os comprimidos, passando pela terapia de ressincronização cardíaca, mitraclip, CDI [Cardioversor Desfibrilador Implantável] e até transplante cardíaco”, finaliza o especialista.

Hospital Jayme da Fonte

Ao completar 69 anos como referência no setor de saúde, o Hospital Jayme da Fonte é reconhecido pelo atendimento em diversas áreas, inclusive na prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças cardiovasculares, contando com reconhecidos especialistas, além de um moderno centro de diagnóstico por imagem.

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