Conteúdo atualizado às 20h14 do dia 19 de novembro de 2020
A Aena Brasil anunciou na tarde desta quinta-feira (19) investimento de aproximadamente R$ 120 milhões nas melhorias imediatas previstas para serem executadas até abril de 2021 nos seis terminais aeroportuários que a empresa de origem espanhola administra no Nordeste, entre eles o Aeroporto Internacional do Recife.
Na capital pernambucana, as obras incluem reforma de 17 sanitários, parte da coberta e dos sistemas de climatização, além de implantação de recursos de acessibilidade e sinalização.
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As intervenções, exigidas no contrato de concessão do aeroporto na fase de transição operacional, estavam programadas para ocorrer no primeiro semestre deste ano, mas a pandemia da covid-19 impediu a realização do cronograma.
A partir de março ou abril de 2021 será feito o primeiro bloco de investimentos de maior porte, em segurança, capacidade e qualidade do terminal. São obrigações também previstas em contrato para os 36 meses iniciais da operação, mas igualmente suspensas em função das dificuldades trazidas pela covid-19 e postergadas por oito meses. Agora, a perspectiva é que essas obras sejam concluídas em junho de 2023. "Estamos em conversa com toda a comunidade aeroportuária e com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para definir as necessidades e o orçamento a partir disso", diz o diretor presidente da Aena Brasil, Santiago Yus.
Segundo o executivo, há investimentos relacionados a pistas de pouso e decolagem, área de segurança para as aeronaves e proteção do terminal aeroportuário, além daqueles que têm a ver com qualidade, nas áreas de inspeção e de embarque, por exemplo.
Nas etapas seguintes, blocos 2 e 3, estão incluídos um plano de ações corretivas e definição da capacidade de processamento em função de expectativa de demanda, além de um plano de gerenciamento de infraestrutura.
Atualmente, diz Santiago Yus, o Aeroporto do Recife responde por cerca de 19% de todo o tráfego de passageiros do Brasil. "No Nordeste, um em cada dois passageiros transitam por terminais da Aena", ressalta. O terminal ainda comporta entre 2.500 e 3 mil trabalhadores, de acordo com Yus.
O investimento no Aeroporto do Recife foi anunciado durante cerimônia de entrega do Selo Turismo Seguro, concedido pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Turismo e Lazer (Setur), Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur) e Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa).
A chancela reconhece o rigor no cumprimento dos protocolos de segurança contra a disseminação do novo coronavírus, embora nem sempre o distanciamento social seja mantido no terminal, conforme a coluna constatou no início deste mês durante o embarque em um voo para Guarulhos (SP) através dos portões R-4 e R-5, no térreo.
Santiago Yus justifica que a concentração de frequências pelas empresas aéreas tem trazido maior volume de passageiros em determinados horários. "Quando recebemos a programação das companhias, buscamos distribuir da melhor forma o embarque. Todos os dias também lançamos 140 mensagens de som em três idiomas (português, espanhol e inglês) alertando sobre os protocolos", pontua.
Yus ainda assegura que o terminal aeroportuário do Recife segue sistematicamente as recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), bem como os protocolos adotados pelo Estado e pelo município. Além da obrigatoriedade do uso de máscaras e disponibilização de álcool em gel nas dependências do equipamento, o executivo afiram que foi adotada sinalização informativa e que a higienização dos espaços e objetos de uso comum ocorre constantemente.
De acordo com o secretário de Turismo e Lazer de Pernambuco, Rodrigo Novaes, o selo Turismo Seguro contempla profissionais e empresas que vêm somando esforços para que a reabertura do turismo pernambucano seja segura. Podem receber esse reconhecimento estabelecimentos divididos em 12 categorias, a exemplo de bares, restaurantes, agências de viagem, hotéis, pousadas e até guias turísticos. Desde o lançamento, no fim de julho, 260 selos já foram concedidos pelo governo do Estado.
Com 52 mil metros quadrados de área construída e 11 pontes de embarque, o Aeroporto do Recife opera diariamente, 24h por dia, voos domésticos e internacionais. Em 2020, de janeiro a outubro, foi ponto de embarque e desembarque de 3,4 milhões de pessoas, 65% da movimentação registrada no mesmo período de 2019.
No ano passado inteiro, foram 8.531.312 passageiros utilizando as mais variadas rotas. Por sua estrutura e localização estratégica, o Aeroporto do Recife é considerado um dos terminais mais importantes do País.
Além do Aeroporto do Recife, a Aena Brasil detém a concessão por 30 anos dos terminais de Juazeiro do Norte (CE), João Pessoa, Campina Grande (PB), Aracaju e Maceió. A empresa foi a vencedora do bloco Nordeste na 5ª rodada de concessões de aeroportos no Brasil. Juntos, os aeroportos do bloco foram responsáveis em 2019 por um tráfego de mais de 13,8 milhões de passageiros, 6,5% do total no País.
A companhia conta com 300 funcionários no Nordeste, 70 deles na sede do Recife. Também mantém 150 contratos de serviços e 600 comerciais nos seis terminais onde opera.
Em todo o mundo, a empresa de origem espanhola tem 71 terminais sob sua gestão, sendo 46 na Espanha, onde ainda administra dois heliportos. Os demais estão distribuídos pelo Reino Unido (Londres-Luton), México (12), Colômbia (2) e Jamaica (2).
Cotada na Bolsa espanhola, a empresa tem 51% de participação pública e 49% privada.