A 5ª edição do Festival Internacional de Cinema LGBT+, que anteriormente era realizada em Brasília, acontece este ano de forma online e inteiramente gratuita, entre os dias 28 e 30 de agosto. Ao todo, serão disponibilizadas quatorze produções audiovisuais que focam nas vivências de pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais.
Estão disponíveis na plataforma filmes internacionais e brasileiros, cujas exibições são viabilizadas por meio da parceria com o coletivo #VoteLGBT, que assina a curadoria. O streaming acontece através da plataforma LGBTflix, que reúne 250 filmes brasileiros de temática LGBT .
No festival, o público pode conferir longas como o australiano 52 Terças-feiras, da diretora Sophie Hyde, sobre transição de gênero; e o austríaco Erik&Erika, de Reinhold Bilgeri, que trata da vida de uma aclamada esquiadora que tem sua identidade questionada. Entre as produções brasileiras estão os filmes Meu Corpo é Político, de Alice Riff; Que os Olhos Ruins Não Te Enxerguem, de Roberto Maty, e curtas dirigidos por Mariana Campos, Carla Villa-Lobos e Marcelo Costa.
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A realização é fruto da união de missões diplomáticas coordenadas pela Embaixada da Bélgica, com participação das embaixadas da Alemanha, Austrália, Áustria, Dinamarca, Eslovênia, Espanha, Irlanda, Países Baixos e Uruguai, e pela Delegação Europeia no Brasil. As obras estão disponíveis no endereço www.votelgbt.org/flix.
O Terceiro Casamento (Troisièmes Noces). Dir. David Lambert. 2018. 100 min. Bélgica. 14 anos.
Recentemente viúvo e dominado pelo luto, Martin é um gay de 50 e poucos anos que aceita a proposta de um amigo para se casar com Tamara, uma congolesa de 20 anos. Esses dois seres tão diferentes terão que acreditar nesse amor arranjado diante das autoridades migratórias, mas se fingirem por muito tempo poderão encontrar uma forma particular de se amarem.
52 Terças-feiras (52 Tuesdays). Dir. Sophie Hyde. 2013. 104 min. Austrália. 16 anos.
Aos 16 anos, a trajetória da menina Billie para uma vida independente é acelerada quando sua mãe revela planos de transição de gênero. Ela é obrigada a se mudar para a casa do pai, e agora só pode ficar ao lado de sua mãe nas tardes de terça-feira, momentos em que aprende sobre afeto e sexualidade.
Erik&Erika. Dir. Reinhold Bilgeri. 2018. 89 min. Áustria. 16 anos. (Este filme tem exibição única às 20h de sábado, dia 29)
Erika Schinegger é uma estrela do esqui que se tornou sensação na mídia. Foi aclamada como esquiadora campeã até que um teste de sexo determinou que ela era ele - e Erik(a) passou por rejeição e acusação de fraude. Essa história baseada na vida real configura um conto sobre os tabus da sociedade nos anos 1970.
Os Golfinhos Vão para o Leste (Las toninhas van al Este). Dir. Gonzalo Delgado, Verónica Perrota. 2016. 83 min. Uruguai. 16 anos.
Miguel Angel é uma celebridade extravagante da televisão cujo ápice da fama ficou no passado. Vive recluso em Punta del Este e não encontra sua filha Virginia há anos. Ela decide visitar o pai para retomar o relacionamento, mas ele resiste até ser informado que irá se tornar avô pela primeira vez.
Galore. Dir. Dylan Tonk, Lazlo Tonk. 2019. 74 min. Países Baixos. 14 anos.
Após quase uma década nos palcos, Lady Galore é uma figura valorizada na cena drag europeia. Mas tanta dedicação tem seu preço. Sander den Baas, o homem que dá vida a Lady Galore, passa por problemas de saúde e precisa fazer uma cirurgia de redução de estômago. Ele poderá ficar mais saudável, mas o que restará de Lady Galore?
Amphi. Dir. Mathias Broe. 2018. 30 min. Dinamarca. 14 anos.
Três jovens que não se conhecem são colocados em um anfiteatro abandonado e começam a trabalhar em um projeto de arte que envolve seus corpos. Uma intimidade se desenvolve entre eles, e conversas sobre fluidez sexual emergem. Os estranhos se tornam confidentes e suas vergonhas, medos e segredos acabam sendo revelados.
Nobody Passes Perfectly. Dir. Saskia Bisp. 2009. 43 min. Dinamarca. 14 anos.
A coragem de alguém que decide mudar radicalmente é contada com sutileza. Tomka namora Lotte e vai passar por um processo de transição de gênero. O que essa nova fase vai mudar no relacionamento é uma questão que intriga as personagens. Uma reflexão que questiona o entendimento de gênero centrado em perspectivas biológicas.
Por 80 Dias (80 Egunean). Dir. José Mari Goenaga, Jon Garaño. 2010. 105 min. Espanha. Livre.
Axun é uma mulher de 70 anos. Um dia ela precisa ir ao hospital e esbarra com Maitê, sua amiga da adolescência. Elas logo percebem que a afinidade continua a mesma de cinquenta anos atrás e se divertem muito com o reencontro. Até que Axun descobre que Maitê é lésbica, o que resulta em sentimentos conflituosos.
Meu Corpo é Político. Dir. Alice Riff, 2017, 71 min, Brasil. 12 anos.
O filme aborda o cotidiano de quatro militantes LGBT que vivem em periferias de São Paulo. A partir da intimidade e do contexto social dos personagens, o documentário levanta questões contemporâneas sobre a população trans e suas disputas políticas.
Quebramar. Dir. Cris Lyra, 2019, 27 min, Brasil. Livre.
Jovens lésbicas de São Paulo viajam a uma praia deserta para passar o Ano Novo. Lá, constróem refúgio físico e emocional para seus corpos e afetos através da amizade e da música. Nesse ambiente seguro e de cuidados mútuos, podem relaxar.
Terra sem Pecado. Dir. Marcelo Costa, 2019, 20 min, Brasil.
O documentário em curta-metragem tem como proposta principal abordar a questão da diversidade sexual entre os indígenas do Brasil. Atualmente os indígenas LGBT+ sofrem preconceito dos próprios parentes, que reproduzem um comportamento que não faz parte de suas tradições. E quando saem de suas aldeias para os centros urbanos, sofrem duplo preconceito, por serem indígenas e por serem LGBT.
MC Jess. Dir. Carla Villa-Lobos, 2018, 20 min, Brasil. 14 anos.
Jéssica tem que enfrentar o preconceito cotidiano. Encontra na arte uma forma de se expressar e superar suas inseguranças.
Minha História é Outra. Dir. Mariana Campos, 2019, 22 min, Brasil.
O amor entre mulheres negras é mais que uma história de amor? Niázia, moradora do Morro da Otto, abre a sua casa para compartilhar as camadas mais importantes na busca por essa resposta. Já a estudante de direito Leilane nos apresenta os desafios e possibilidades de construir uma jornada de afeto com Camila.
Que os olhos ruins não te enxerguem. Dir. Roberto Maty, 2019, 74 min, Brasil.
O documentário se propõe a discutir a diversidade de gênero, classe e raça dentro da comunidade LGBTQIA+ na periferia de São Paulo. São personagens percorrendo a metrópole ao mesmo tempo que narram suas vidas, seus sonhos e afetos.