Nesta sexta-feira (9), chega ao fim a novela Amor de Mãe, na TV Globo. O público terá um duplo sentimento de alívio: primeiro, porque, finalmente, Dona Lurdes (Regina Casé) encontrou Domênico (Chay Suede); segundo, porque para muitos noveleiros e críticos da área, será o fim de uma trama que teria "pesado a mão" na dura realidade retratada até ali.
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Nas redes sociais, a autora Manuela Dias — que teve a árdua missão de escrever [por quatro anos, segundo ela] sua primeira novela solo da carreira logo no horário das nove — justificava ao público por que uma novela tão densa e demasiado triste: "A vida não tem número cômico".
Críticas e exageros à parte, é preciso reconhecer que Amor de Mãe foi uma novela singular sob vários aspectos: pela estética naturalista, que se aproximava da linguagem do cinema; por uma abertura crua e mais subjetiva, por não inserir o famoso "núcleo cômico" para desviar do permanente drama, e ainda, por ter sido interrompida bruscamente devido à pandemia do novo coronavírus em 2020, voltando ao ar quase um ano depois com um final mais curto (apenas 23 capítulos) e totalmente "adaptado" à realidade, inserindo a enfermidade mundial na trama.
Foi nesta fase final que o público se incomodou com o excesso de violência — já que, ao menos, um personagem morria a cada capítulo — e alguns furos de narrativa, principalmente nos protocolos de saúde. Sintomas de uma novela, forçadamente, terminada às pressas.
Todavia, Manuela Dias deu alguns presentes ao público. Entre as protagonistas, Regina Casé brilhou em sua volta às novelas depois de décadas. Dona Lurdes conquistou o País com sua simplicidade. Adriana Esteves, como a vilã Thelma, dispensa comentários. Taís Araújo, mesmo com um final fraco, defendeu sua Vitória com firmeza. Nomes como Humberto Carrão (Sandro), Chay Suede e Jéssica Ellen (Camila) também se destacaram positivamente.
Vimos atores pernambucanos roubando a cena: Irandhir Santos brilhou como um dos vilões, o "malvado favorito" Álvaro, além de Tuca Andrada (Belizário) e Clarissa Pinheiro, que arrebatou o público ao ver sua Penha crescer nesta reta final, com direito a um amor homoafetivo com a personagem de Arieta Corrêa (Leila).
Para o bem ou para o mal, o fato é que Amor de Mãe fez história na teledramaturgia brasileira ao eternizar — ainda que de maneira ficcional — um momento que, na vida real, queríamos poder esquecer. E o enredo principal, que levou o título da trama, foi levado à risca, com seus altos e baixos, até o último minuto.
Apesar de a Globo não divulgar oficialmente informações do último capítulo de Amor de Mãe, um desfecho desta sexta-feira (9) foi revelado: após o sequestro do filho Caio, Danilo/Domênico dará uma entrevista ao vivo, com ajuda da polícia, e chamará a mãe adotiva de "assassina" em rede nacional. Ao ver a reportagem, Thelma ficará chocada.