Faleceu neste sábado (12/6) Flávio Tadeu Rangel Lira, líder da cena psicodélica do Recife nos anos 1970. Tinha 68 anos e morreu de covid-19, engrossando o número de vítimas brasileiras da doença. Como líder do Bando do Sol, Flávio – ou melhor, Flaviola, como o artista se apresentava desde 1972 – foi um astro que, dentro de universo musical particular, ajudou a iluminar a cena psicodélica que se ergueu no mar da capital pernambucana naquela época.
Parceiro de Zé Ramalho em músicas como Martelo dos 30 anos (1985), Quasar do sertão (1986) e Décimas de um cantador (1987), o artista sempre foi cultuado pelo álbum Flaviola e o Bando do Sol, lançado em 1976 pelo selo recifense Solar.
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Flávio entrou em cena em 1972, na flor dos 20 anos, no Recife. Contudo, nem toda a arte de Flaviola gravitou em torno da capital pernambucana. O artista viveu anos no Rio de Janeiro (RJ), cidade onde criou a trilha sonora de musicais de teatro e onde dirigiu shows de cantores como Elza Soares.
Foi no teatro, aliás, que Flaviola surgiu pela primeira vez em cena e moldou o caráter performático. De lá, partiu para a música, sempre entrelaçada com poesia. Foi a partir de versos do espanhol Federico García Lorca (1898 – 1936), que Flaviola compôs Romance da lua lua, música que ganharia projeção nacional, cinco anos mais tarde, na gravação de Amelinha que batizou álbum lançado em 1981 pela cantora cearense.