MÚSICA

Conheça Os Gilsons, banda formada por filho e netos de Gilberto Gil

'Viemos de uma geração que lida com isso (o parentesco com Gilberto Gil) de uma forma leve', diz Francisco. Grupo faz primeiro show em Pernambuco no réveillon

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Emannuel Bento

Publicado em 31/12/2021 às 16:33 | Atualizado em 17/02/2022 às 18:22
Francisco Gil, José Gil e João Gil formam Os Gilsons - LUCAS NOGUEIRAS/DIVULGAÇÃO

O grupo Os Gilsons, formado pela união de José, Francisco e João Gil, filho e netos de Gilberto Gil, se apresentará pela primeira vez em Pernambuco nesta virada de ano. Poucos locais poderiam ser mais apropriados para essa estréia no estado: a praia de Maracaípe, no Litoral Sul. O Réveillon Maracaípe também contará com Natiruts, Lowriderm Sambão do Zé Pretinho e DJ Mau Lopes.

Os Gilsons conquistaram as playlists do streaming ainda em 2019, com o EP "Várias queixas" (2019). Com o sucesso, anunciaram um novo disco que deve sair no comecinho de 2022 e já lançaram dois singles, "Proposta" e, mais recentemente, "Duas Cidades". As novas faixas vão se misturar às que já são favoritas do público e, no show, o setlist deve contar ainda com algumas releituras de clássicos da MPB.

O JC conversou com Francisco sobre o início do projeto, as expectativas para o primeiro álbum, quais as influências e mais. Confira:

Entrevista com Francisco, d’Os Gilsons

Como surgiu a ideia para o projeto?
O projeto surgiu de forma 100% despretensiosa. A gente já tinha um projeto, já fazíamos música juntos, mas foi através de um show de um amigo nosso. Ele convidou eu e o José para fazer um show. De cara, já pensei em chamar o Johnny, que tinha um repertório grande de harmonias.

Vocês esperavam um retorno tão bom do público com os primeiros lançamentos do EP "Várias Queixas"? Como sentiram o feedback do público?
O EP "Várias Queixas" foi uma grande surpresa para a gente. Foi uma grande virada. Realmente, foi algo que atingiu as pessoas de uma forma que a gente não esperava. Então, tudo o que aconteceu com a gente, por ser um projeto com uma base despretensiosa, foi uma surpresa, mas uma surpresa muito boa, que alimentou o grupo e a nossa música.

O que podemos esperar do primeiro álbum do grupo?
O álbum é uma evolução, uma progressão disso tudo. Por que a gente continua com a mesma fórmula, a forma que a gente arranja, como criamos e subimos a canção. Começamos através dos violões, depois entram as programações eletrônicas, as percussões, os teclados, os trompetes. Continuamos com a mesma fórmula, mas com uma estrada de bastante aprendizado.

Existe um intervalo de quase três anos entre o lançamento do primeiro EP e o primeiro álbum. Existe algum motivo por esse intervalo mais longo numa época em que as músicas são lançadas mais rapidamente?
Nós lançamos o EP no final de 2019. O motivo desse intervalo de quase três anos foi a pandemia. Foi isso que fez a gente repensar tudo. Através da pandemia achamos uma fórmula para continuar alimentando nossa música, que foi através de parcerias. Os feats todos que fizemos, foram cinco: Mariana Volker, Julia Mestre, Big Up e Jovem Dionísio. Alguns projetos que fizemos ou participamos, como um dos Novos Baianos, do Acabou Chorare. A gente lançou uma com 'seu Gilberto', ao vivo, cantando no Coala.

Carregando, de certa forma, o legado de Gilberto Gil, como é equilibrar essa tradição com as novidades da música brasileira? Quais as inspirações do trio?
Sobre essa parte de carregar um legado, a gente não enxerga assim. Crescemos numa educação pessoal e profissional em que a nossa individualidade sempre foi muito respeitada e incentivada. Desenvolvemos tudo o que a gente tem para vida e para a música muito desse lugar. Também já existe um aprendizado de uma geração anterior à nossa, que já passou por isso: a minha mãe, Preta, e mãe do João, a Nara, são pessoas que já passaram por isso de serem filhas de Gilberto Gil e tiveram de enfrentar isso em suas carreiras. Então viemos de uma geração que lida com isso de uma forma leve. Não trazemos isso para a gente. Gilberto Gil só vai existir um. Bebemos sim dessa fonte musical, mas a nossa sonoridade é nossa. Misturamos com o que trazemos dos nossos tempos, as nossas inspirações são muito atuais também. Os artistas da nossa cena também alimentam muito a gente: Duda Beat, Luedji Luna, Baiana System e tanta gente nova que a gente gosta.

É a primeira vez dos Gilsons em Pernambuco. Como enxergam o estado e sua cultura?
É um estado que a gente pira. Tem uma base musical que alimenta muita gente. O som do Nação, as alfaias, o carnaval do Recife. Tudo isso está presente na nossa música de alguma forma, são inspirações. Viemos pra cá, o Nordeste brasileiro. É muito especial para a gente ter o nosso som se espalhando pelo Brasil assim. Então é uma alegria danada, expectativa pro show do réveillon tá lá em cima.

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