O lançamento de "Além da Ilusão", nova novela do horário das 18h da Globo, se aproxima cercado de expectativas. Com exibição prevista para 7 de fevereiro, o folhetim de época marca a estreia definitiva de Larissa Manoela, revelação do SBT, na nova casa. Também é a estreia de Alessandra Poggi como autora titular, com direção artística de Luiz Henrique Rios.
"Estou vivendo um sonho. Antes fiz uma participação na minissérie Dalva e Heriberto, mas fazer o retorno com uma novela tão incrível não poderia me deixar mais feliz", disse Larissa, em coletiva virtual realizada nesta sexta-feira (7). "Cada vez mais tenho a certeza de que é o que quero fazer. Eu amo a dramaturgia, amo fazer novelas."
"Além da Ilusão" será divida em duas partes, entre 1934 e 1944. Larissa viverá as irmãs Elisa, que morre na primeira fase, e Isadora Tapajós, que é vivida pela atriz mirim Sofia Budke na primeira parte. Em tempos diferentes, ambas se apaixonam pelo mesmo rapaz: o mágico Davi (Rafael Vitti), a contragosto do pai, o influente juiz Matias Tapajós (Antonio Calloni).
"Quando li o texto, fiquei surpresa pois as meninas estão à frente da época. As mulheres eram mais controladas, precisavam seguir um padrão. Existe um patriarcado na casa, mas elas são criadas por uma mãe maravilhosa", continua Larissa.
"Quando contracenei com a Sofia, senti que ela foi muito especial. Eu consegui me ver nela, pois fui mais atriz mirim na minha vida. Eu praticamente trouxe essa menina para minha realidade, ela me ajudou a construir a Isadora do futuro", diz Manoela, ao explicar a experiência de viver duas pessoas na mesma novela. "Como se passam 10 anos, a Isadora se lembra da irmã de uma forma menos clara. Ela é muito dona do tempo dela, de onde ela quer chegar."
Já Rafael, que vive o par romântico com Manoela, ressalta a riqueza de gravar uma novela de época. "Eu sempre fiz personagens mais contemporâneos, então existia uma outra métrica para conversar e passar informações. Está sendo muito enriquecedor, o meu vocabulário vem se ampliando. A gente sente a necessidade de se debruçar sobre um período da história", conta.
Uma fábula sobre o tempo
Alessandra Poggi revela que o ponto de partida para pensar na novela foi um livro que ganhou sobre os 100 anos de uma fábrica de tecelagem de Bangu, no Rio de Janeiro. "Ele conta a história de como um plantio de algodão virou uma fábrica de tecelagem e depois uma bairro. Essa é a época da industrialização do Brasil. Eu levei a história pro interior e daí veio todo esse ambiente", explica.
"Vivemos um momento muito rico: o fim da Era Vargas, o início da democracia, dos movimentos femininos, a mulher lutando pelo seu lugar no mercado de trabalho, além dos movimentos trabalhistas", continua a autora. "Tem um personagem que vai para a Segunda Guerra Mundial. Isso tudo vai ser pano de fundo para falar de histórias de amor e todas as outras paralelas."
Luiz Henrique Rios complementa afirmando que Alessandra Poggi "faz novela sem medo de ser novela." "Assistimos muita coisa. A nossa referência de cor e luz traz um passado mais colorido, com luzes mais altas. Queríamos um passado encantador", diz. "Essa é uma fábula atemporal, onde usamos o tempo para falar da garota, fazendo com que o público viaje no tempo com menos crítica e mais entrega".
Sobre a nova onda de da Covid-19, o diretor admite que a emissora "está avaliando o tempo" a situação. "A princípio, não estamos considerando parar não. A estreia ocorrerá em 7 de fevereiro", finaliza.