Atualizada no dia 05/06/2020
Os shoppings da Região Metropolitana do Recife (RMR) já estão todos preparados para receberem os clientes de volta após 70 dias de portas fechadas. Nesta sexta-feira (5), o plano de convivência da atividade econômica com a covid-19, anunciado pelo governo de Pernambuco na última segunda-feira (1º), sofreu alterações. De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Bruno Schwambach, os shoppings poderão dar início às vendas com retirada no estacionamento (drive Thru) nesta segunda-feira (8). Antes, a previsão era apenas na segunda quinzena de julho.
O comércio do Centro e os atendimentos em clínicas e consultórios de saúde também terão as suas flexibilizações adiantas.
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“Os shoppings já eram locais seguros, agora estão mais seguros ainda em relação à saúde”, diz o presidente da Associação Pernambucana de Shoppings Centers (Apesce), Paulo Carneiro. Ele destaca os cuidados com sanitização, renovação periódica dos aparelhos de ar-condicionado, “que inclusive são fiscalizadas”, revisões antecipadas dos equipamentos e adaptações para receber e orientar os clientes, como marcação de pisos para filas, disponibilização de álcool em gel e termômetros para medir a temperatura dos visitantes.
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Com a infraestrutura condominial toda pronta, o setor espera que o governo divulgue as datas para a reabertura nos próximos dias. “A ansiedade dos lojista é grande. Eles precisam de data antecipada para reprogramar as suas equipes e repor estoques. Mas também há o desejo do público, que sente falta desse ambiente seguro de compras”, afirma.
Neste período de quarentena, o setor foi atrás de soluções para resolver as questões de segurança sanitária e abriram diálogo com o governo para mostrar as iniciativas. O principal produto da articulação foi o protocolo de reabertura, entregue ao Estado como forma de orientação para a retomada do comércio. O material foi produzido pela Associação Brasileira de Shoppings (Abrasce) e validada pelo Hospital Sírio-Libanês, referência no setor de saúde.
O protocolo é detalhado e prevê normas e cuidados para as áreas dos shoppings, limpeza e até distanciamento entre bacias e mictórios nos banheiros. São mais de 30 itens de cuidados para deixar o ambiente mais seguro. A ideia é abrir em duas etapas. A abertura de serviços de lazer, a exemplo dos cinemas, e os eventos – para evitar aglomerações –, ficam para uma segunda fase.
“No caso da limpeza, além de uso de bactericidas utilizado em instalações hospitalares, vamos passar por toda uma atomização”, diz a superintendente do Shopping Tacaruna, Sandra Arruda, referindo-se à pulverização, ou atomização, que se faz com produto bactericida. O procedimento foi adotado por todos os centros de compra. No RioMar Recife, por exemplo, o produto já é aplicado duas vezes ao dia e, na volta dos clientes, também será mantida a rotina de uma aplicação à noite, ao final do expediente, e pela manhã, antes da abertura.
A atomização é um procedimento que o cliente não verá. Mas todos os visitantes vão perceber diversas diferenças na rotina de compras, conta Henrique Medeiros, superintendente do RioMar. “Estamos preparando o equipamento para o cliente se sentir seguro em sair de casa”, resume. A mudança começa antes mesmo de entrar no prédio. As cancelas do estacionamento agora dispõem de sensor de presença. Basta o motorista aproximar a mão do aparelho para o cartão de entrada, previamente higienizado, sair. Totens com álcool em gel estarão nos principais pontos de contato manual ao longo de todo o mall, a exemplo de escadas rolantes, elevadores, acessos de portaria. Tapetes com desinfectantes de sapato também passarão a fazer parte da nova formatação dos shoppings.
“O uso da máscara já é obrigatório no Estado e vamos fazer com que a regra seja cumprida dentro do empreendimento”, diz Medeiros. Os funcionários, claro, vão dar o bom exemplo. Todos os colaboradores vão estar equipados com máscaras, luvas e face shields, no caso daqueles que têm contato direto com os clientes. Medeiros, lembra ainda que todos os cuidados necessários para mitigar o risco de contaminação serão adotados, inclusive contagem eletrônica de clientes, no caso de o governo determinar uma quantidade específica de acesso de clientes. Tudo isso, claro, também depende também da colaboração dos clientes. “É um trabalho feito a quatro mãos. As pessoas devem fazer uso do álcool em gel, das máscaras e evitar aglomeração”, diz.
Sandra Arruda, do Tacaruna, ressalta que essa adaptação também ocorrerá por parte do público consumidor, que voltará a visitar os shoppings gradualmente. Leandro Denardi, do Patteo Olinda, diz que muita gente tem preconceito porque os shoppings são lugares fechados, mas que não há razão de ser. “Shoppings são locais com pé direito alto, de circulação, com aparelhos de ar-condicionado que fazem a purificação, a limpeza e a renovação de ar constantemente”, diz. Com os cuidados, o ambiente agora estará mais seguro ainda e a preocupação com a saúde dos clientes são pensadas nos mínimos detalhes. “No Patteo vamos fechar algumas escadas rolantes para que num lado do shopping fiquem aquelas que sobem e num outro lado as que descem. Queremos evitar a subida e descida no mesmo lado.”