Sondagem da FGV indica queda da confiança de empresário e consumidor

Conforme o estudo, na comparação com o resultado final de novembro, o Índice de Confiança Empresarial (ICE) cairia 1,7 ponto e passaria, para 93,9 pontos. Já o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) teria queda de 4,1 pontos, e alcançaria 77,6 pontos
Agência Brasil
Publicado em 14/12/2020 às 11:06
Foto: Edmar Melo/JC Imagem Data: 29-11-2013 Assunto: ECONOMIA - Movimento de consumidores na escada rolante de acesso a loja Extra Benfica no dia do BLACK FRIDAY. Termo criado pelo varejo nos Estados Unidos para nomear uma grande ação de vendas anual, que sempre acontece na última sexta-feira de novembro, após o feriado de Ação de Graças e que algumas lojas brasileiras estão repatriando, mesmo naõ tendo a tradição do feriado de Ação de Graças americano. Palavras Chaves - Carros - compras - descontos - economia - promoção - consumidor - dinheiro - vendas - supermercado ## Foto: Edmar Melo


A confiança empresarial e dos consumidores, em dezembro, recuou pelo terceiro mês consecutivo. É o que aponta a prévia extraordinária das sondagens do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), com base em dados coletados até o dia 11 de dezembro de 2020.

Conforme o estudo, na comparação com o resultado final de novembro, o Índice de Confiança Empresarial (ICE) cairia 1,7 ponto e passaria, para 93,9 pontos. Já o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) teria queda de 4,1 pontos, e alcançaria 77,6 pontos. Segundo a FGV, esse número é o menor valor desde junho de 2020.

Para a coordenadora das sondagens da FGV/Ibre, Viviane Seda Bittencourt, os resultados prévios das sondagens de dezembro, que sinalizam a continuidade da tendência de queda da confiança de empresas e consumidores, tem relação, entre outros fatores, com a segunda onda da covid-19 e o fim dos benefícios emergenciais. "A mudança de humor é influenciada pela piora de expectativas diante do maior risco de uma segunda onda de contaminação, o iminente fim dos benefícios emergenciais e as dificuldades do mercado de trabalho", disse.

Viviane Seda Bittencourt destacou, ainda, o receio com o aumento da inflação. "Entre consumidores de renda mais baixa, há ainda preocupação com a aceleração da inflação. As notícias promissoras no campo da imunização são ainda insuficientes para garantir uma data certa para o fim da crise, o que faz com que empresários e consumidores se mantenham receosos em relação ao que os espera no início de 2021", completou.

Momento atual

O estudo indicou também piora da percepção, tanto para empresas quanto para consumidores, sobre o momento atual e, principalmente, das perspectivas em relação aos próximos meses. Enquanto o Índice de Situação Atual dos Empresários (ISA-E) cairia 0,9 ponto, chegando a 97,1 pontos, após sete meses consecutivos de alta; o Índice de Expectativas Empresarial (IE-E) recuaria pelo terceiro mês consecutivo, dessa vez em 2,1 pontos, atingindo 92,5 pontos.

O índice que mede a percepção atual (ISA-C) dos consumidores, teria queda de 2,5 pontos, alcançando 69,3 pontos e, o índice que capta as perspectivas para os próximos meses (IE-C) recuaria 5,1 pontos, para 84,2 pontos. Segundo a FGV/Ibre, neste caso, seria o terceiro mês consecutivo de piora tanto das perspectivas correntes quanto em relação aos próximos meses.

O Índice de Confiança Empresarial (ICE) consolida os índices de confiança dos quatro setores cobertos pelas Sondagens Empresariais produzidas pela FGV/Ibre: Indústria, Serviços, Comércio e Construção. Na Indústria de Transformação, a confiança continuaria sendo destaque positivo entre os demais setores. A perspectiva de alta de 1,9 ponto seria a oitava consecutiva. Com isso, o índice iria a 115 pontos, o que segundo o Ibre é o maior valor desde maio de 2010, quando registrou 116,1 pontos.

Já a confiança do Comércio recuaria 2,9 pontos, chegando a 90,6 pontos e do setor de Serviços em 1,3 ponto, para 84,1 pontos. Nos dois casos a queda seria pelo terceiro mês seguido. De acordo com a pesquisa, ambos os setores recuperariam 76,2% das perdas de março a abril. Já na confiança da Construção, o recuo seria de 1,7 ponto, passando para 91,6 pontos. Se confirmada é a segunda vez consecutiva de queda.

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