atualizada às 16h56
A Petrobras informou, nesta segunda-feira (5), que o gás natural nas distribuidoras ficará 39% mais caro a partir do dia 1º de maio. Medido em dólares, o aumento será de 32%. "A variação decorre da aplicação das fórmulas dos contratos de fornecimento, que vinculam o preço à cotação do petróleo e à taxa de câmbio", disse a Petroleira. Em Pernambuco, a decisão sobre a alta ou não dos preços só será definida no próximo mês.
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Procurada pela reportagem do Jornal do Commercio, a Copergás disse que a Agência Estadual de Regulação de Pernambuco (Arpe), responsável por definir esse aumento, fará uma publicação no dia 1º de maio com o que foi decidido. A Copergás não tem autonomia para decidir sobre aumento ou redução dos preços.
Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Pernambuco (Sindicombustíveis-PE), Alfredo Pinheiro Ramos, esse aumento anunciado pela Petrobras já era esperado. "O reajuste é trimestral. E vendo os os aumentos da gasolina e etanol, sabíamos que isso chegaria no gás. Era uma questão de tempo, a gente só não sabia de quanto seria", comentou.
Ramos explicou que o aumento feito pela Petrobras é integral, e "não é aumento de margem de lucro. É aumento do preço de compra. Então, o percentual significa muita coisa".
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Aumento a partir de maio
A partir do dia 1º de maio, os preços de venda de gás natural para as distribuidoras estarão 39% mais caros em reais por metros cúbicos (R$/m³), na comparação com o último trimestre. Medido em dólar por milhão de BTU, unidade de energia usada nos Estados Unidos e no Reino Unido, (US$/MMBtu), o reajuste será de 32%.
De acordo com o anúncio da Petrobras, a variação é resultado "da aplicação das fórmulas dos contratos de fornecimento, que vinculam o preço à cotação do petróleo e à taxa de câmbio". Conforme a companhia, as atualizações dos preços dos contratos são trimestrais e com relação aos meses de maio, junho e julho, a referência adotada são os preços dos meses de janeiro, fevereiro e março.
"Durante esse período, o petróleo teve alta de 38%, seguindo a tendência de alta das commodities globais. Além disso, os preços domésticos das commodities tiveram alta devido à desvalorização do real", informou a petroleira em nota.
O repasse dos custos incorridos pela companhia para o transporte do produto até o ponto de entrega às distribuidoras também influencia os preços do gás natural da Petrobras. Esses custos são definidos por tarifas reguladas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). "Esta parcela do preço é atualizada anualmente no mês de maio pelo IGP-M, que, para o período de aferição (março de 2020 a março de 2021), registrou alta de 31%".
Por causa do efeito da queda dos preços do petróleo no início do ano, durante 2020, os preços do gás natural às distribuidoras alcançaram redução acumulada de até 35% em reais e de 48% em dólares.
A Petrobras informou ainda que o preço final do gás natural ao consumidor não é determinado apenas pelo preço de venda da companhia, mas também pelas margens das distribuidoras e, no caso do GNV, dos postos de revenda, e pelos tributos federais e estaduais.
"Além disso, o processo de aprovação das tarifas é realizado pelas agências reguladoras estaduais, conforme legislação e regulação específicas. Os contratos de venda para as distribuidoras são públicos e estão disponíveis para consulta no site da ANP", concluiu a empresa.