"Esperança é a última que morre", diz presidente da Abrasel-PE sobre abertura de bares e restaurantes no Grande Recife no Dia dos Namorados

Cerca de 40% dos empreendimentos do setor não voltam mais depois da pandemia, segundo o presidente da Abrasel-PE, André Araújo. O setor é um grande empregador
Angela Fernanda Belfort
Publicado em 03/06/2021 às 11:12
DELIVERY Bares e restaurantes já apostam na entrega para diminuir prejuízo, mas esperam melhorias Foto: YACY RIBEIRO


O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Pernambuco (Abrasel-PE), André Araújo, disse, que a "esperança é a última que morre", se referindo ao pleito que a entidade fez ao governo do Estado sobre a abertura de bares e restaurantes no Grande Recife no Dia dos Namorados, uma das melhores datas para o setor. Para ele, o atual modelo de restrições está "desintegrando o setor" e deveria ser construído um novo modelo de convivência com o vírus. "Este processo está desintegrando o setor e 40% dos empreendimentos não voltam mais a funcionar depois desta pandemia. As empresas estão acumulando dívidas e aí entra o desânimo", comentou no Programa Super Manhã, numa entrevista realizada pelos jornalistas Wagner Gomes, Ivanildo Sampaio, Mirella Martins e Romoaldo de Souza.

>> Prorrogação de medidas restritivas em Pernambuco vão prejudicar Dia dos Namorados do Comércio e restaurantes

As atuais medidas restritivas que levaram os restaurantes e bares a fecharem as portas, mais uma vez, iriam até a sexta-feira (6). Na quarta-feira (2), o governo de Pernambuco prorrogou as restrições até o dia 13 de junho. O Dia dos Namorados é celebrado no dia 12 deste mês. "O setor se preocupa com a saúde dos colaboradores e da população, mas deveriam dar o mesmo peso para as atividades econômicas que geram emprego para as pessoas", defendeu André, acrescentando que o setor defende a fiscalização rigorosa pra quem não obedece os protocolos pra evitar a contaminação pelo novo coronavírus.

André argumentou também que "os estabelecimentos alimentares não podem ser confundidos com festa clandestina" e que a própria Abrasel-PE definiu protocolos de seguranças que devem ser seguidos pelos bares e restaurantes. Este setor foi muito impactado pela pandemia diante das restrições sanitárias que deixaram os mesmos de portas fechadas várias vezes, desde março do ano passado, quando começou a atual crise sanitária. Antes da pandemia, o setor empregava cerca de 240 mil pessoas em Pernambuco. 

O presidente da Abrasel-PE citou que, na pré-pandemia, o delivery respondia por 20% do faturamento dos estabelecimentos do setor. "O delivery ajudou, mas não resolveu o problema, porque pouquíssimos estabelecimentos conseguiram fazer no mesmo nível do atendimento presencial. Também houve o ingresso de centenas de pequenos estabelecimentos que passaram a fazer o delivery como obrigação da sobrevivência", contou. O empresário também se queixou da carga tributária no delivery que chega a 27%. "Os impostos são um terror para a classe empreendedora expandir os seus negócios", lamentou.

Durante a pandemia, André disse que uma das poucas iniciativas que ajudaram o setor foi o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) instituído pelo governo federal para oferecer crédito. Na noite da quarta-feira (2), o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) disse que o Pronampe vai chegar a oferecer R$ 25 bilhões em empréstimos. "O Pronampe traz uma luz no fim do túnel. Ajudou e atendeu grande parte do empresariado do setor, apesar das dificuldades que as empresas tiveram para fazer o cadastro", se referindo a primeira etapa do programa, que possibilitou pagar até 70% dos salários. E conclui: "Espero que o setor não se desintegre em mais de 50%. E a recuperação vai se dar através de iniciativas de fomento do governo federal a partir do segundo semestre". A expectativa é de que até lá uma maior parte da população esteja vacinada.

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