Caminhoneiros bolsonaristas realizam protestos em rodovias de, pelo menos, 16 estados, segundo boletim divulgado à 1h15 desta quinta-feira (9) pelo Ministério da Infraestrutura. As paralisações começaram no final da tarde dessa quarta (8) e em alguns pontos, os caminhões chegaram a bloquear as vias e interromper o trânsito.
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Na maioria dos locais, apenas carros pequenos, veículos de emergência e cargas de alimentos perecíveis foram liberados pelos manifestantes. Em Pernambuco, houve registro de concentração de caminhoneiros em Igarassu, no Grande Recife, e no distrito de Guadalajara, em Paudalho, na Zona da Mata Norte do Estado. No entanto, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), por volta das 7h55, não havia mais bloqueios no Estado.
Em Santa Catarina, a manifestação já afeta até a coleta de lixo. Por meio de nota, a prefeitura de Jaraguá do Sul, na Região Metropolitana do Norte/Nordeste Catarinense, anunciou que a suspensão da coleta de lixo orgânico na cidade, que destina seus resíduos a um aterro sanitário em uma cidade vizinha, que sofre com bloqueios do caminhoneiros e, portanto, impede a passagem dos caminhões da prefeitura de Jaraguá.
Além de PE e SC, os caminhoneiros bloqueiam rodovias de outros 14 estados do país desde a quarta-feira (8), segundo informa o Ministério de Infraestrutura: Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo, Mato Grosso, Goiás, Bahia, Minas Gerais, Tocantins, Rio de Janeiro, Rondônia, Maranhão, Roraima, São Paulo e Pará.
O presidente Jair Bolsonaro gravou um áudio pedindo aos caminhoneiros que liberem as estradas do país. Na gravação, Bolsonaro diz que a ação "atrapalha a economia" e "prejudica todo mundo, em especial, os mais pobres".
Pauta da paralisação
Para justificar os bloqueios, os caminhoneiros adotaram como pauta a defesa por zerar o PIS-Cofins que incide sobre o óleo diesel já em janeiro de 2022, como informado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que discutiu a questão com o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Além disso, o grupo também busca expor o apoio ao presidente e ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF). Vale lembrar que estes atos tiveram início um dia após os protestos antidemocráticos convocados pelo presidente em 7 de setembro.
De acordo com o jornal "O Estado de S. Paulo", um dos líderes do movimento intitulado de caminhoneiros patriotas, Francisco Burgardt, também conhecido como Chicão Caminhoneiro, informou que entregaria ainda hoje um documento ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), pedindo a destituição de ministros do STF.
"O povo brasileiro não aguenta mais esse momento que País está atravessando através da forma impositiva que STF vem se posicionando. O povo brasileiro está aqui [Esplanada dos Ministérios] buscando solução e só vamos sair daqui com solução na mão", disse Chicão, que preside a UBC (União Brasileira dos Caminhoneiros), em vídeo que circula pelas redes sociais.