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PF mira suspeitos de movimentar R$ 250 milhões com lavagem de dinheiro e outros crimes em Pernambuco

Além de Pernambuco, a ação ocorre também em Minas Gerais e no Rio de Janeiro

Cadastrado por

Marcelo Aprígio

Publicado em 22/09/2021 às 7:19 | Atualizado em 22/09/2021 às 14:26
POLÍCIA FEDERAL | A segunda fase da operação Amphis conta com a participação de 40 agentes - DIVULGAÇÃO/PF

Atualizada em 22.09.21, às 8h12

A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quarta-feira (22), a segunda fase da Operação Amphis, que investiga a atividade de doleiros que atuam no Recife, em outras cidades do Brasil e nos Estados Unidos. A ação conta com a participação de 40 policiais e apura suspeitas dos crimes de evasão de divisas, manutenção de instituição financeira clandestina, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

As investigações tiveram início em 2020 e, segundo estimativas da PF, somente no Brasil, o grupo movimentou mais de R$ 250 milhões nos últimos dez anos, por meio da abertura de contas bancárias com documentos falsos ou em nome de empresas “fantasmas”. "Eles abriam contas em nomes de laranjas ou empresas fantasmas e faziam dezenas de operações para evitar as comunicações aos órgãos como Banco Central ou Cohab. Conseguiram através de várias contas movimentar milhões de reais. Ficava mais difícil a detecção dessa movimentação mas conseguimos, já na primeira parte da investigação e agora na segunda confirmamos com os dados obtidos das análises do material apreendido", afirmou o delegado da Polícia Federal, Daniel Silvestre.

 

Ao todo, são cumpridos nove mandados de busca e apreensão em sedes de empresas e nas residências dos suspeitos. Além disso, foi decretado pela Justiça Federal na capital pernambucana o sequestro de imóveis — quatro apartamentos localizados no bairro de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife —, além do bloqueio de contas de empresas ligadas aos investigados. A ação policial ocorre ainda nos municípios de Belo Horizonte, em Minas Gerais, e Iguaba Grande, no Rio de Janeiro.

 

POLÍCIA FEDERAL | A segunda fase da operação Amphis conta com a participação de 40 agentes - DIVULGAÇÃO/PF
POLÍCIA FEDERAL | A segunda fase da operação Amphis conta com a participação de 40 agentes - DIVULGAÇÃO/PF
POLÍCIA FEDERAL | A segunda fase da operação Amphis conta com a participação de 40 agentes - DIVULGAÇÃO/PF
POLÍCIA FEDERAL | A segunda fase da operação Amphis conta com a participação de 40 agentes - DIVULGAÇÃO/PF

Os alvos

Os alvos das medidas de busca e apreensão cumpridas nesta quarta-feira são operadores financeiros que atuam no Brasil e nos EUA, que auxiliavam esses doleiros nas respectivas atividades criminosas, principalmente realizando transações bancárias. Também está sendo apurada possível sociedade desses doleiros com empresários pernambucanos atuantes na área de factoring, uma operação financeira pela qual uma empresa vende seus direitos creditórios — que seriam pagos a prazo — por meio de títulos a um terceiro, que compra estes à vista, mas com um desconto.

Já os alvos das medidas de sequestro de bens formam um casal de doleiros que possuiu casas de câmbio no Recife e em Porto de Galinhas, na cidade do Ipojuca, no Litoral Sul de Pernambuco, e tem negócios semelhantes na Flórida, promovendo remessas de valores do Brasil para os EUA e vice-versa.

Apesar de possuírem autorização para realizar algumas operações de câmbio, os investigados muitas vezes se utilizavam de sistema paralelo de remessas clandestinas, através de contas abertas em nome de laranjas ou empresas fantasmas, além de operadores financeiros com os quais se associaram, no Brasil e no exterior.

"Essa é uma operação de repressão a crimes contra o sistema financeiro nacional, evasão de divisas, constituição e manutenção de empresa financeira clandestina, além de organização criminosa e lavagem de dinheiro. A soma desses crimes que foram citados pode chegar a pena máxima de 26 anos de reclusão", enfatiza o delegado. 

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