O ministro do Turismo, Gilson Machado, voltou a defender a presença de cruzeiros no Arquipélago de Fernando de Noronha. De acordo com o ministro é "uma vergonha", o País receber apenas sete cruzeiros (previsão para a temporada, a partir de novembro. Para Machado, embora a ilha não tenha capacidade para grandes cruzeiros, há como receber navios "com 200 a 700 pessoas".
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Fernando de Noronha não tem condições de receber grandes cruzeiros, mas tem condições de receber navios menor (sic), com 200 até 700 pessoas, como aconteceu no passado e foi uma atividade altamente rentável", afirmou o ministro.
"Foi uma atividade altamente salutar. É uma atividade altamente sustentável. Não degrada o meio ambiente e o cruzeirense volta para se hospedar na ilha", complementou.
Machado ainda se disse envergonhado com a previsão da chegada de cruzeiros ao País após a liberação de retomada, anunciada esta semana, pelo governo federal.
"Liberamos os cruzeiros, que é atividade importantíssima. O nordeste tem a maior vocação do mundo para essa atividade. Sete cruzeiros é uma vergonha, muito pouco. Tem que receber 50", queixou-se Gilson Machado.
A lamentação do ministro diz respeito à previsão da temporada 2021/2022, que deverá ser iniciada em novembro, com expectativa, segundo já informou o governo federal, de gerar R$ 2,5 bilhões para a economia e criar 35 mil empregos, o que representaria crescimento de 11% em relação à temporada 2019/2020.
Para a nova temporada de cruzeiros, que vai de novembro até abril do próximo ano, estão previstos sete navios, ofertando cerca de 566 mil leitos, 35 mil a mais que na temporada 2019/2020, em 130 roteiros e 570 escalas em portos brasileiros.
Gilson Machado já tinha defendido a retomada de cruzeiros em Fernando de Noronha no ano passado, como presidente do Instituto Brasileiro do Turismo (Embratur). Na ocasião, o ministro havia gravado um vídeo com o senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, em visita ao arquipélago.
A temporadas de navios em Noronha foi encerrada em 2013 e a declaração de Machado à época não vingou.
CRUZEIROS
A liberação dos cruzeiros no País ocorreu três semanas depois de a Anvisa ter se posicionado contra a medida. Em 10 de setembro, a agência havia informado que as evidências sanitárias e epidemiológicas ainda não apontavam a retomada dos cruzeiros como ação segura.
Em Pernambuco, a decisão só deverá sair na segunda-feira (11), após reunião entre entes do governo do Estado. No último dia 1º de outubro, o governo de Pernambuco prorrogou o estado de calamidade pública em todos os municípios do Estado e em Fernando de Noronha devido à pandemia de covid-19 . O decreto, publicado no Diário Oficial e assinado pelo governador Paulo Câmara (PSB), tem validade até 31 de dezembro de 2021 e substitui um anterior que tinha validade até o dia 11 de dezembro e corrobora a suspensão da atracação de cruzeiros, proibida enquanto vigorar o estado de calamidade.