A guerra entre Rússia e Ucrânia elevou o preço do barril de petróleo para as alturas - na cotação desta sexta-feira (11) o valor era de US$ 116. Como a Petrobras segue a cotação internacional de preços, mesmo para o combustível produzido no Brasil, veio o consequente reajuste nas refinarias de 18,7% para o preço da gasolina. Mas se o etanol, que é um derivado da cana-de açúcar produzido em nosso estado, não faz parte dessa cadeia do petróleo, porque ele também subiu junto? O preço médio do etanol no Recife está em R$ 5,30 o litro.
A culpa é da paridade de preços, resumiu Alfredo Pinheiro Ramos, presidente do Sindcombustíveis, entidade que agrega os donos de postos de combustíveis no estado. A paridade é a regra de mercado que diz que o etanol deve custar até 70% do preço da gasolina para ser competitivo em relação a gasolina. O que deveria ser uma medida para ajudar o consumidor, acaba servindo de parâmetro de precificação para quem revende. "Quando as distribuidoras vendem o combustível para os postos, o etanol já vem com essa paridade tendo como referência o preço da gasolina", diz Ramos.
CONTAS
Na prática, os postos sempre aplicam algo entre 72% e 77% de diferença nos preços entre etanol e gasolina nas bombas como que para deixar o motorista na dúvida sobre qual combustível escolher. Cabe ao motorista então fazer as contas, para saber se vale a pena abastecer com etanol, lembrando que nos carros com motores mais modernos o consumo com o derivado de cana aumenta em torno de 20% e nos motores mais antigos, até 30%.
Outra razão para que o etanol não apareça mais barato nos postos seria uma espécie de "medida preventiva" do mercado. Como a gasolina traz em sua composição o álcool etílico, uma grande procura pelo etanol (que nada mais é do que uma mistura de álcool e água), poderia afetar o preço do álcool, que é adicionado à gasolina na proporção de 27%, impactando no futuro no preço final da gasolina.