O Brasil enfrenta a Jamaica nesta quarta-feira às 7h (de Brasília) com um único objetivo: vencer a partida. Qualquer outro resultado significará a eliminação da seleção brasileira da Copa do Mundo. A partida, válida pelo Grupo F, coloca o time de Pia Sundhage sob pressão. Apesar de estar atrás da seleção jamaicana no grupo, elas empataram a partida contra a França, rival que derrotou o Brasil na rodada passada.
A seleção brasileira é favorita nesta quarta porque jamais perdeu ou empatou com a Jamaica no histórico do confronto. Em 2019, no último Mundial, as duas equipes se enfrentaram na primeira rodada e o Brasil ganhou por 3 a 0. Apesar do histórico favorável, a equipe nacional está evitando o salto alto.
Em entrevista coletiva na véspera da partida, Pia elogiou o time jamaicano, destacando a velocidade da equipe e o ótimo jogo realizado contra a França. De acordo com ela, a partida está aberta e tudo pode acontecer. "Um empate 0 a 0, a Jamaica está dentro, um 1 a 0 para o Brasil, nós estamos dentro. Um gol muda o jogo totalmente. Então, é claro que estamos preparadas para isso."
Após uma ótima atuação contra o Panamá, a seleção penou contra a França. Os dois gols tomados no jogo contra as europeias ressaltaram um antigo problema da equipe de Pia: o jogo aéreo. Dos 42 gols sofridos pelo time sob comando da sueca, 11 foram de cabeça. Ao ser questionada sobre isso, a treinadora afirmou que não vê problema em cometer um erro, contanto que se aprenda com ele.
"Temos a vantagem agora de falar dessa situação e ver como podemos nos ajudar. É óbvio o que aconteceu, mas achamos que estávamos preparadas, e não aconteceu, cedemos o gol. Contra a Jamaica, a mesma coisa são as bolas paradas. Trouxemos isso, e as jogadoras compartilharam seus sentimentos e como podemos nos ajudar. Elas sabem o que queremos, agora temos algumas ações para melhorar e não fazer com que isso aconteça de novo."
A preocupação com as bolas altas não parece ser exagero. Khadija "Bunny" Shaw, principal jogadora jamaicana, retorna à equipe após cumprir suspensão contra o Panamá. Com 1,82m de altura, a atacante do Manchester City é um perigo quando o assunto é cabeçada. "A Bunny Shaw é forte na bola aérea. Estava suspensa, mas vai voltar. Temos que estar ligadas", disse a zagueira Rafaelle.
Além da preocupação com o jogo aéreo, outra incógnita que permeia o jogo é a presença de Marta no time titular. Até o momento, a atacante não começou nenhuma das partidas do Brasil na fase de grupo. Ela, no entanto, garante que está "100% pronta" para atuar, mas diz respeitar a decisão de Pia.
"Estou preparada para jogar, não sei quantos minutos, isso é com a Pia. Mas se tiver que jogar os 90 minutos, vou jogar o tempo todo. Se tiver de jogar alguns minutos, vou jogar alguns minutos Estou bem, treinando normal. Não tem nada que me impeça de entrar e jogar o tempo todo. Não sei se consigo jogar os 90, vou lutar pra jogar os 90 se ela decidir me colocar em campo para jogar. Estou bem e preparada."
Essa pode ser a última partida de Marta em uma Copa do Mundo, mas a camisa 10 garante que isso não a atrapalha. "Estou tão focada na partida que não parei para pensar que esta pode ser minha última coletiva em uma Copa do Mundo, porque não vai ser. Estou confiante e acredito que vamos seguir na competição", ela afirmou.
Para a Jamaica, o retorno de Bunny Shaw é a melhor notícia que a equipe poderia ter. Com mais gols do que jogos pelo Manchester City, a atacante promete infernizar a defesa brasileira. O técnico jamaicano Lorne Donalds espera que o Brasil se lance ao ataque logo nos primeiros minutos. De acordo com ele, a única chance de sua equipe sobreviver é se "combater fogo contra fogo"
"Ataques em ondas, todas as jogadoras habilidosas saindo para o ataque. Nos primeiros 15 minutos, elas sairão como um bando de hienas selvagens atrás de suas presas", comparou o técnico. A vantagem de jogar pelo empate não parece significar muito para o treinador.
Para ele, a Jamaica tem de estar preparada para ir atrás do Brasil da mesma forma que o Brasil irá atrás da Jamaica. "Não podemos simplesmente sentar e dizer: 'Vamos apenas defender todo o jogo'. Temos de jogar dos dois lados. Temos de ir atrás de gols também."
JAMAICA - Spencer; Allyson Swaby, Plummer, Blackwood e Sampson; Atlanta Primus, Spence e Carter; Shaw, Brown e Matthews. Técnico: Lorne Donaldson.
BRASIL - Letícia; Antônia, Lauren, Rafaelle e Tamires; Ary Borges, Kerolin, Luana e Adriana; Geyse e Debinha. Técnica: Pia Sundhage.
ÁRBITRO - Esther Staubli (Suíça).
HORÁRIO - 7 horas (horário de Brasília).
LOCAL - Estádio AAMI Park, em Melbourne, na Austrália.