Com a permanência na Série C, a situação financeira do Santa Cruz dificulta ainda mais, tendo em vista que a divisão não paga cota de TV, diferentemente das Séries A e B. Além disso, também existe outro problema: a falta de torcida nos estádios. Por conta da pandemia do novo coronavírus, ainda não se sabe quando o público poderá voltar aos estádios, por mais que a vacinação já tenha iniciado aqui no Brasil. Portanto, num cenário sem cota de TV e sem previsão de torcida nos estádios, o discurso no Tricolor é de ter um pouco mais de cuidado no início da temporada, trabalhando com uma folha mais enxuta, como explica o executivo de futebol Nei Pandolfo.
“Com a permanência na Série C, a questão orçamentária é um pouco mais difícil. Acho difícil que até o meio do ano esteja resolvida a questão de vacinação para todas as pessoas em geral, para você ter o retorno ao campo. Eu contaria com isso talvez a partir do meio do ano só, então ainda vamos ter dificuldades financeiras nesse sentido. A importância que é a torcida estar presente no estádio e isso infelizmente ainda não pode acontecer. E a gente precisa ter esse cuidado num início de temporada, um pouco mais enxuto, dando oportunidade, inclusive, para a base", afirmou Pandolfo, que espera o resultado das eleições do Santa Cruz, previstas para o dia 10 de fevereiro, para mais decisões no planejamento do Tricolor.
"Até conversei isso com Marcelo. A gente tá falando disso, e tem um tom de profissionalismo de estarmos disponíveis, mas também uma decisão que deve vir após a eleição, de permanência ou não. Nesse meio tempo, a gente continua fazendo nosso trabalho e buscando as melhores soluções possíveis para o Santa", pontuou.
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USO DA BASE
Como em todo início de ano, o discurso na maioria dos clubes é usar o começo da temporada para avaliar os jogadores da base. No Santa Cruz, mesmo com o Tricolor tendo eleições marcadas para o dia 10 de fevereiro, o pensamento é o mesmo: usar este período para dar oportunidades aos garotos. Em 2020, aliás, a Cobra Coral colheu dois bons frutos: o goleiro Maycon Cleiton e o volante André, atletas da base e que tiveram destaque na temporada, mesmo o time não conquistando nenhum título e também amargando mais um ano na Série C. Para 2021, dois outros nomes carregam boas expectativas: os meias João Cardoso e Felipe Cabeleira, que até participaram de alguns jogos pelo profissional, mas não tiveram uma sequência muito grande.
"É um período em que você coloca esses atletas (mais jovens) para jogar, atletas com potencial. Isso acontecendo, como aconteceu com Maycon Cleiton e André, como o João Cardoso e o Felipe Cabeleira que estão treinado com a gente há algum tempo, então esses atletas vão ter mais oportunidades neste início de temporada, isso é normal. E é o nosso planejamento. A gente se prepara para uma situação e na virada de janeiro para fevereiro, terminando esse segundo jogo da Copa do Nordeste, a gente fica à disposição do que vai acontecer pela frente e aguarda uma posição da diretoria", afirmou Nei Pandolfo, que também projeta o Santa Cruz com uma folha mais barata para o início do ano.
"Nós estamos fazendo uma programação da equipe de trabalho. Claro que se houver uma mudança nesse sentido, os profissionais que aqui estiverem vão seguir uma parte do planejamento e vão ajustar as suas ideias. É importante a gente manter neste início do ano a (folha) bastante enxuta, até porque as arrecadações não são tão grandes, as competições não são tão atrativas, a não ser a Copa do Nordeste, que ela te agrega na questão técnica como também financeira", explicou.
O Santa Cruz volta a campo na próxima terça-feira (26), diante do Itabaiana, fora de casa. O jogo de volta será no Arruda, dia 2 de fevereiro. Os dois duelos acontecem às 21h30 e têm transmissão da TV Jornal para Pernambuco.