Procurando alternativas para reforçar o caixa, o presidente do Santa Cruz, Joaquim Bezerra, afirmou que a nova diretoria tem realizado um levantamento para saber com mais precisão os valores exatos que o Tricolor tem a receber de outros clubes referente à negociação de jogadores em anos passados. Entre os negócios, está a venda do zagueiro João Victor, que foi negociado com o Vitória em 2019. Na ocasião, o clube baiano adquiriu 50% dos direitos econômicos do defensor pelo valor de R$ 800 mil. Porém, segundo informações repassadas pelo ex-presidente coral Constantino Júnior à nova gestão, o clube baiano segue inadimplente em relação as parcelas acordadas pelo atleta.
Por isso, assim que tiver os dados atualizados, o Santa Cruz vai procurar um novo acordo. No entanto, não está descartada a possibilidade de buscar a Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD) para solucionar o caso. "Esse do Vitória é um caso que nos foi passado diretamente pelo Tininho, onde a gente vai procurar buscar um acordo com o Vitória. Entendemos que esse acordo precisa ser feito de uma forma mais veemente, porque já faz um ano que o Vitória está devendo esse valor ao Santa Cruz e até agora não pagou. Vamos buscar os canais legais para resolver isso, que é a CNRD. Chegando lá, vamos nos disponibilizar para conversar com os dirigentes do Vitória para ver se eles querem fazer algum acordo que seja favorável ao Santa Cruz", explicou Joaquim Bezerra em entrevista à repórter Lilian Fonseca, da Rádio Jornal.
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Citada pelo presidente coral, a CNRD é um órgão da CBF que possui a competência para desfazer conflitos entre participantes do futebol nacional, seguindo as regras, estatutos e regulamentos da entidade máxima do futebol brasileiro e da FIFA. Antes, os conflitos trabalhistas em sua maioria ficavam à cargo do Poder Judiciário. Agora, salvo algumas situações específicas, a CNRD tornou-se a responsável por promover decisões e aplicar sansões mais rápidas no esporte. Ou seja, caso um acordo que seja interessante para o Santa Cruz não seja firmado junto ao Vitória, a tendência é que o clube pernambucano ingresse com uma ação na CNRD.
"Não é acordo que seja favorável ao Vitória. Tem que ser bom para gente. Estamos há 12 meses ou mais aguardando que o Vitória encontre condições de pagar pelo atleta, então a gente vai utilizar os canais legais, que é a CNRD. Mas isso não inviabiliza que nós saíamos com um acordo que seja bom para o Santa Cruz", afirmou.
Menos de 15 dias após tomar posse oficialmente, a nova gestão do Santa Cruz ainda não tomou ciência dos reais valores que o clube tem a receber não só pelo zagueiro, mas também em relação a outros atletas. Por isso, tem contado com uma colaboração do ex-presidente Constantino Júnior, que tem auxiliado no repasse de informações.
"Hoje fazem 10 dias úteis de que nós assumimos a gestão do clube de forma oficial. A gente está tendo, inclusive, uma colaboração muito grande do Tininho com relação a memória dessas coisas toda que tem dentro do clube. Ele não se furtou em nenhum momento em nos ajudar e prestar um apoio à tudo isso, até porque a gente precisa resgatar uma memória dessas contratações, de contratos, para a partir daí poder ter valores e seguir em negociações", explicou Joaquim Bezerra.
Se por um lado à nova gestão ainda toma pé da situação, por outro, o ex-diretor de futebol do Santa Cruz na gestão de Constantino Júnior, Fred Dias, revelou em entrevista à Rádio Jornal no mês de dezembro que o Tricolor, na época, só havia recebido apenas uma das oito parcelas acertadas com a equipe baiana. Apesar de negociações da antiga diretoria, a situação não foi solucionada e agora a gestão do presidente Joaquim Bezerra corre atrás para receber o pagamento do montante que falta.