A agência reguladora de medicamentos e alimentos dos Estados Unidos, FDA, autorizou, nesta sexta-feira (11), o uso emergencial da vacina contra a covid-19 produzida pela americana Pfizer em parceria com a alemã BioNTech. Segundo informações da Folha de S.Paulo, a chancela deve permitir que a vacinação seja iniciada na próxima semana, com profissionais de saúde e idosos que vivem em casas de repouso como os primeiros a receberem o imunizante.
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O aval da agência reguladora foi dado um dia depois de o comitê consultivo independente da FDA ter recomendado o uso emergencial da vacina no País.
Mais cedo, o presidente americano, Donald Trump, havia pressionado a agência a aprovar rapidamente a vacina Pfizer/BioNTech, enquanto o País se prepara para realizar a imunização em massa.
Segundo o jornal Washington Post, a Casa Branca disse ao chefe da FDA, Stephen Hahn, que apresentasse sua demissão caso a agência não aprovasse a vacina até o fim do dia. Trump chamou nesta sexta-feira a agência de "grande tartaruga lenta" e pediu que Hahn liberasse "as malditas" vacinas imediatamente.
O governo norte-americano também anunciou hoje que comprou 100 milhões de doses adicionais da vacina contra a covid-19 da Moderna, que também aguarda aprovação, diante de informações que afirmam que deixou-se passar a oportunidade de garantir um estoque maior de vacinas da Pfizer.
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O laboratório farmacêutico Pfizer anunciou, no dia 9 de novembro, que sua vacina, produzida em conjunto com a BioNTech, tem eficácia de 90%, de acordo com a primeira análise intermediária do teste de fase 3, a última etapa antes do pedido formal de homologação.
"Os primeiros resultados da fase 3 de nosso teste de vacina contra a covid-19 apresentaram as provas iniciais de nossa vacina para prevenir esta doença", afirmou o presidente da Pfizer, Albert Bourla.
Com base nessas projeções, as duas empresas disseram que pretendem fornecer 50 milhões de doses no mundo em 2020 e até 1,3 bilhão no ano que vem.
Mas nem todos os laboratórios anunciam boas notícias. O francês Sanofi e o britânico GSK sofreram um duro revés, pois sua vacina não estará pronta até o final de 2021, após resultados piores do que o esperado nos primeiros ensaios clínicos. O adiamento pretende "melhorar a resposta imunológica nos idosos", disseram os grupos em um comunicado. A vacina estaria disponível na primeira metade de 2021 e 1 bilhão de doses são esperadas para o ano que vem.
A Austrália também decidiu nesta sexta abandonar os ensaios para gerar sua própria vacina devido a um falso positivo ao HIV, o vírus da aids, entre os participantes. Esses resultados são divulgados no momento em que o número de casos do novo coronavírus acelera na América do Norte e em partes da África, mas começa a se estabilizar na Europa e cair na Ásia e no Oriente Médio.
O Reino Unido se tornou esta semana o primeiro país ocidental a administrar a vacina Pfizer-BioNTech, que Canadá, Barein e Arábia Saudita também aprovaram. O primeiro envio da vacina a 14 pontos do Canadá está programado para chegar na próxima segunda-feira, e estima-se que a vacinação poderia ter início até dois dias depois.
Em Moscou, o laboratório britânico AstraZeneca e Rússia anunciaram ensaios clínicos conjuntos que combinam suas duas vacinas (a russa é a Sputnik V) contra o coronavírus, um caminho para alcançar uma "resposta imunológica melhor".
Rússia e China já iniciaram campanhas de inoculação com vacinas de produção nacional que ainda não tiveram a aprovação definitiva. Já a Agência Europeia de Medicamentos prometeu sua decisão sobre a vacina Pfizer/BioNTech antes de 29 de dezembro e sobre a da Moderna em 12 de janeiro.
Mas restam perguntas pendentes sobre as vacinas. Existem dúvidas sobre a medida em que a injeção irá conter a transmissão do vírus e se a mesma terá eficácia em crianças, gestantes e pessoas com imunidade baixa.