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Biden vai retirar todas as tropas dos EUA do Afeganistão até 11 de setembro

Apenas uma equipe composta por um número limitado de especialistas para proteger as instalações diplomáticas americana ficará no Afeganistão

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AFP

Publicado em 13/04/2021 às 17:17
Compartilhamos essas doses, não por favores ou concessões. Compartilhamos essas vacinas para salvar vidas e liderar o mundo em direção ao fim da pandemia com o poder de nosso exemplo e nossos valores", disse Biden. - MANDEL NGAN/AFP

O presidente Joe Biden retirará todas as tropas americanas que ainda estão no Afeganistão antes de 11 de setembro, data do 20º aniversário dos ataques de 2001, encerrando a guerra mais longa dos EUA cerca de cinco meses depois do planejado, informou uma autoridade americana.

O líder democrata anunciará na quarta-feira (14) que todas as forças dos Estados Unidos, em coordenação com as dos aliados ocidentais, deixarão no Afeganistão apenas uma equipe composta por um número limitado de especialistas para proteger as instalações diplomáticas americanas, informou a autoridade, que pediu anonimato.

Biden não condicionará a partida às condições no terreno, onde crescem os temores de que o Talibã possa obter grandes vitórias contra o governo de Cabul, apoiado internacionalmente.

"O presidente julgou que um enfoque baseado em condições, que tem sido o das últimas duas décadas, significaria permanecer no Afeganistão para sempre", explicou o funcionário, que pediu uma mudança nas prioridades dos Estados Unidos.

"Iniciaremos uma retirada ordenada das forças restantes antes de 1º de maio e planejamos ter retirado todas as tropas americanas do país antes do 20º aniversário do 11 de setembro", disse, garantindo que essa partida será "coordenada" e simultânea com a das outras forças da Otan.

"Dissemos ao Talibã, sem qualquer ambiguidade, que responderemos energicamente a qualquer ataque a soldados americanos enquanto durar a retirada ordenada e segura", acrescentou, sob condição de anonimato.

Para os afegãos, o conflito provavelmente continuará. A autoridade americana fez esse breves comentários depois que a inteligência dos EUA divulgou um relatório de avaliação de ameaças advertindo que o governo afegão "terá dificuldades" em controlar um Talibã "confiante" quando a coalizão liderada por Washington se retirar.

O ex-presidente Donald Trump também favoreceu a saída das tropas e chegou a um acordo com o Talibã em fevereiro de 2020, em virtude do qual as forças americanas deixariam o país antes de maio de 2021 em troca da promessa dos insurgentes de que não apoiar a Al-Qaeda e outros grupos extremistas.

A autoridade americana disse nesta terça que a retirada começará em maio e que o atraso se deveu principalmente a razões logísticas.

Neste contexto, uma conferência de paz sobre o Afeganistão proposta por Washington será realizada em Istambul entre 24 de abril e 4 de maio, com a participação de representantes do governo afegão e do Talibã, segundo anunciou nesta terça a diplomacia turca.

"A Turquia, o Catar e a ONU organizarão uma conferência inclusiva de alto nível em Istambul, entre representantes da República Islâmica do Afeganistão e do Talibã", informou o ministério das Relações Exteriores turco.

Os países organizadores da conferência estão empenhados em "apoiar um Afeganistão soberano, independente e unido", disse.

O Talibã, porém, contatado pela AFP após o anúncio, afirmou que ainda não decidiu se participará. "Ainda não tomamos uma decisão final", disse Mohamad Naeem, porta-voz do grupo insurgente.

 

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