RELIGIÃO

Padre renuncia a cargo na Igreja após ser descoberto em aplicativo LGBT

O religioso teve seus dados publicados sem autorização em um site de notícias religioso. Segundo a reportagem, ele teria usado ao longo dos anos de 2018, 2019, e 2020

Cadastrado por

Do jornal O Povo para a Rede Nordeste

Publicado em 22/07/2021 às 11:39
O site que expôs o padre também recebeu criticas por divulgar dados pessoais - USCCB/Reprodução

O Monsenhor Jeffrey Burrill, do estado de Wisconsin, renunciou ao cargo esta semana depois de exposição envolvendo sua sexualidade. O padre teria sido flagrado em um aplicativo de encontros para pessoas da comunidade LGBTQIA+, conhecido como Grindr, e em bares gays. A revelação foi publicada pelo site de notícias religiosas Pillar, que declarou ter tido acesso aos dados do celular do religioso.

>> 'Deus te fez assim e te ama', diz papa a homossexual abusado por padre


"De acordo com registros comercialmente disponíveis do aplicativo, obtidos pelo The Pillar, um aparelho eletrônico relacionado a Burrill emitiu sinais de acesso ao aplicativo Grindr quase que diariamente em partes de 2018, 2019, e 2020, tanto em seu escritório na USCCB quando em sua casa que é patrimônio da conferência, assim como em reuniões da USCCB e eventos em outras cidades", afirmou o site Pillar. Além de padre, Jeffrey Burrill também é membro administrador da Conferência de Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB).

 

Além de ser fortemente criticado pela orientação sexual, o ex-padre também recebeu represália pela quebra do celibato, obrigatório aos padres. Segundo o portal Uol, Jeffrey Burrill era monsenhor. O título é concedido pelo papa a membros da Igreja Católica por serviços prestados à comunidade. Nesta terça-feira, 20, o arcebispo de Los Angeles, José Gomez, cedeu uma carta ao jornal National Catholic Reporter confirmando o afastamento do religioso.

Segundo a plataforma, as "atividades sexuais" do padre também incluíam visitas a uma "sauna gay" em Las Vegas. "Na segunda, 19, nós tomamos conhecimento de notícias iminentes alegando um possível comportamento impróprio do monsenhor Burrill. O que chegou a nós não incluía alegações de má conduta com menores. Mas mesmo assim, para evitar se tornar uma distração às operações e trabalhos na Conferência, o monsenhor renunciou imediatamente", completou o portal de notícias religiosas.

 

No entanto, com a revelação, reportagem do Pillar também virou alvo de críticas de fieis, que condenaram o levantamento "antiético e homofóbico" de seus dados. "Eu sou um pecador, assim como você, assim como o monsenhor Jeffrey Burrill. Nenhum de nós tem uma vida pessoal que iria suportar o tipo de escrutínio que o Pillar colocou sobre Burrill", opinou Steven P. Millies, um dos diretores da Catholic Theological Union, escola de teologia com orientação católica em Chicago.

Tags

Autor

Veja também

Webstories

últimas

VER MAIS